Aloysio endossa críticas de Joice ao PSDB: “E não foi uma âncora?”
Após diretório municipal do PSDB decidir expulsar Joice Hasselmann, Aloysio Nunes disse que o partido precisa de “autocrítica”
atualizado
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São Paulo – O ex-ministro tucano Aloysio Nunes endossou, nesta quarta-feira (1º/2), as críticas feitas pela ex-deputada federal Joice Hasselmann ao PSDB. Após declarar ao Metrópoles que a sigla foi uma “âncora” em sua tentativa de se reeleger, Joice foi expulsa pelo diretório tucano da capital paulista.
“E não foi uma âncora um partido que não conseguiu sequer ter um candidato à Presidência?”, questionou ele à reportagem.
O diretório municipal do PSDB decidiu pela expulsão de Joice na noite de ontem (31/1). Em nota, consideraram que ela adotou uma “postura arrogante” e reforçaram que sua entrada no partido “foi objeto de inúmeros pedidos de impugnação desde o anuncio de sua filiação.”
Joice se filiou ao PSDB em outubro de 2021 a convite do então governador paulista João Doria. Ela havia deixado o PSL, partido pelo qual se elegeu deputada federal em 2018, após dois anos de desgastes internos. Na ocasião, chamou Doria de “meu presidente” e disse manter amizade tanto com ele quanto com Bruno Araújo, então presidente da sigla.
Um mês depois, Doria venceu as prévias tucanas para ser o candidato do PSDB à Presidência da República. No entanto, o partido ficou sem candidatura própria ao Palácio do Planalto pela primeira vez desde a redemocratização.
A decisão ocorreu após uma sequência de disputas internas desgastarem a sigla. Duas delas foram a alta rejeição a Doria nas pesquisas eleitorais e o apoio de uma das alas tucanas à candidatura de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, à Presidência.
Joice no PSDB
Eleita na esteira do bolsonarismo, Joice havia sido a mulher mais votada da história da Câmara dos Deputados e iniciou o mandato como líder do governo Jair Bolsonaro (PL) no Congresso. Meses após tomar posse, ela rompeu com o bolsonarismo e passou a denunciar o “gabinete do ódio“. Mesmo sem o apoio do ex-presidente, se candidatou à Prefeitura de São Paulo pelo PSL em 2020.
Ao Metrópoles, antes da expulsão do PSDB, disse manter o interesse em se candidatar à Prefeitura, mas que ainda precisava definir seu futuro no partido. Em meio ao processo de expulsão, também ontem, ela pediu a desfiliação da sigla.
“Quando era deputada campeã de votos seu ingresso [no PSDB] foi festejado pela coragem de romper com Bolsonaro e vir batalhar em um partido de oposição em crise. Agora que perdeu a eleição querem expulsá-la?”, disse Aloysio à reportagem.
Filiado ao PSDB desde 1997, Aloysio defende uma reforma interna, a começar por uma avaliação interna: “Um pouco de auto crítica não faria mal ao PSDB. Seria um ponto de partida necessário para tentar um recomeço”.