Aliados preveem pressão sobre Tarcísio com inelegibilidade de Bolsonaro
Grupo de Tarcísio de Freitas prevê pressão para o que governador de SP dispute a Presidência em 2026 caso Bolsonaro seja barrado pelo TSE
atualizado
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São Paulo — Aliados de Tarcísio de Freitas (Republicanos) preveem uma pressão para que o governador de São Paulo concorra à Presidência da República em 2026 caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fique inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, pautou para a próxima quinta-feira (22/6) o julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral que pode deixar Bolsonaro inelegível por oito anos.
O ex-presidente responde por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por causa dos ataques que fez às urnas eletrônicas durante reunião com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022.
No Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, a ordem, desde o início da gestão, é não antecipar o debate sobre sucessão presidencial e focar na resolução dos problemas do estado.
Publicamente, aliados como o secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), defendem que Tarcísio dispute a reeleição em 2026 e evite os “equívocos” dos ex-governadores tucanos José Serra e João Doria, que se portaram como pré-candidatos ao Planalto desde o início de seus mandatos e acabaram derrotados.
Nos bastidores, porém, pessoas próximas a Tarcísio admitem que será difícil conter a pressão para que o governador dispute a Presidência da República como o grande nome da direita contra o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso Bolsonaro fique mesmo inelegível.
Essa pressão deve partir, principalmente, dos bolsonaristas. Eles não acreditam que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e ou algum dos filhos do ex-presidente irão se aventurar em uma disputa presidencial e não se vêem representados pelos outros nomes da centro-direita cotados como pré-candidatos, como os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.
Nesse cenário, Tarcísio seria o único representante do bolsonarismo com chances de derrotar Lula ou um outro candidato petista em 2026. Aliados acreditam que a pressão sobre o governador de São Paulo deve aumentar até de “forma natural” a partir do momento em que o nome dele começar a figurar nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República.
Para esses aliados, a “boa avaliação” do governo paulista, o peso da máquina estadual no xadrez político e a ausência de Bolsonaro na corrida eleitoral pavimentarão a pré-candidatura presidencial de Tarcísio, ainda que ele tente ignorá-la.