Aliados pedem que vereador renuncie para evitar cassação por racismo
Aliados de Camilo Cristófaro querem que o vereador renuncie antes de sessão que vai decidir sobre sua cassação, após episódio de racismo
atualizado
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São Paulo — Vereadores da base governista na Câmara Municipal de São Paulo começaram um movimento para tentar convencer o vereador Camilo Cristófaro (Avante) a renunciar até a próxima terça-feira (19/9), data em que a Casa deve votar sua cassação, em um processo de quebra de decoro parlamentar por racismo.
Ao Metrópoles, Camilo nega categoricamente que irá renunciar e diz que não cometeu nenhum crime.
“Renunciar é fugir. Fugir do quê? Decoro parlamentar do quê? Se o crime não existe”, dz o vereador.
Camilo é alvo de um processo de cassação desde maio do ano passado, quando afirmou, durante uma sessão virtual, que não lavar a calçada era “coisa de preto”. O processo ficou parado por quase um ano. No fim de agosto, a Corregedoria da Câmara aprovou um relatório defendendo a cassação do mandato de Camilo por quebra de decoro parlamentar.
Camilo chegou a ser alvo de uma ação penal por causa do episódio, mas o juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal da capital, o absolveu, em julho.
O vereador vem usando a decisão judicial em sua defesa, para tentar convencer aliados de que ele poderia se manter no cargo. Os demais parlamentares, porém, afirmam que o episódio teve grande repercussão e que a situação política do vereador é insustentável.
Por isso, aliados de Camilo têm defendido que ele renuncie para evitar a cassação, o que o tornaria inelegível por oito anos. Caso renuncie, ele ficaria apto a concorrer novamente nas eleições do ano que vem.
“Eu ando de cabeça erguida, tenho caráter, vergonha na cara, não mexo em dinheiro público”, diz Camilo.