Aliados de Nunes temem desgaste eleitoral com impacto de obras no trânsito
Acúmulo de obras viárias simultâneas deve aumentar trânsito na cidade e aliados do prefeito Ricardo Nunes temem desgaste em 2024
atualizado
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São Paulo — A equipe do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), passou a se preocupar com um possível desgaste eleitoral que o emedebista poderá sofrer a partir deste semestre, por causa do impacto do acúmulo de obras viárias simultâneas no trânsito da cidade.
Os congestionamentos são efeito colateral de uma situação que, em tese, seria favorável ao prefeito. Todo político espera colher dividendos eleitorais investindo em obras como recapeamento de ruas e avenidas, costrução de corredores de ônibus e recuperação de pontes e viadutos, por exemplo.
A Prefeitura de São Paulo tem neste momento 22 obras de mobilidade ou de melhoria em vias e logradouros da cidade, segundo informações oficiais. Agora, Nunes deve tirar do papel a construção de corredores de ônibus nas zonas leste e sul, além de outros serviços que podem causar interdições de vias.
A presença de obras simultâneas é resultado de um entrave burocrático enfrentado pelo prefeito. Ao longo de 2022 e no primeiro semestre de 2023, o Tribunal de Contas do Município (TCM) paralisou licitações para a construção dos corredores. Esses processos só começaram a ser liberados na última semana.
Por causa disso, Nunes fez uma série de críticas ao TCM nos últimos meses. Segundo auxiliares do prefeito e conselheiros do tribunal, os ponteiros foram acertados após a indicação de ex-secretário da Fazenda, Ricardo Torres, para uma cadeira na Corte. O prefeito e os conselheiros almoçaram juntos na semana passada para selar a paz.
Trânsito maior
A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Sirurb), a SPObras, empresa municipal que executa trabalhos de engenharia, e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) têm buscado, juntas, encontrar soluções para mitigar os possíveis congestionamentos provocados pelo pacote de obras.
O objetivo é evitar que uma eventual piora no trânsito paulistano não altere tanto o humor do eleitor, a ponto de comprometer a imagem do prefeito na disputa pela reeleição em outubro do ano que vem.