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Alesp: sem base sólida, Tarcísio tem teste de fogo na volta do recesso

Série de projetos polêmicos colocam à prova tamanho da base de Tarcísio na Alesp, que reclama da falta de cargos no governo

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Imagem colorida de Tarcísio de Freitas, do peito para cima, sentado em uma cadeira de madeira, de terno, gravata e camisa azuis. Ele é grisalho e está sorrindo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Tarcísio de Freitas, do peito para cima, sentado em uma cadeira de madeira, de terno, gravata e camisa azuis. Ele é grisalho e está sorrindo - Metrópoles - Foto: Divulgação/Governo de SP

São Paulo — O retorno das atividades na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta terça-feira (1º/8), após o recesso parlamentar de julho, marca o início de uma sequência de testes de fogo para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Casa.

Enquanto planeja aprovar projetos considerados polêmicos neste segundo semestre na Alesp, Tarcísio enfrenta dificuldades para consolidar uma base aliada no Legislativo que lhe garanta uma margem folgada nas votações em plenário.

Entre os projetos prioritários para o governador estão a reforma administrativa, que deve unificar carreiras de servidores, extinguir 5 mil cargos e frear indicações políticas, e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca autorização para remanejar recursos da Educação para a Saúde.

O governador pretende ainda enviar para a Assembleia até o fim do ano a proposta de privatização da Sabesp, cujo modelo foi anunciado por Tarcísio nessa segunda-feira (31/7). Todos eles enfrentam algum tipo de objeção não apenas entre deputados de oposição como também do centro.

Além disso, os deputados devem indicar neste semestre um novo conselheiro para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), cargo cobiçado por diferentes aliados do governador, cujo apoio é considerando fundamental. Pelas regras do Legislativo, para ser aprovado, o requerimento de indicação deve contar com as assinaturas de no mínimo 48 deputados.

Com a aprovação desses projetos, Tarcísio pretende mostrar ao eleitor paulista uma marca de “governo liberal” e de “gestão eficiente”, enxugando a máquina pública, no caso da reforma administrativa, e alavancando investimentos, no caso da privatização da Sabesp.

Partidos como PT e PSol, que fazem oposição, planejam mobilizar movimentos sociais da área da Educação, servidores públicos e grupos contrários à privatização para pressionar contra a aprovação dos projetos na Alesp.

Tamanho da base na Alesp

Além disso, dentro do próprio Palácio dos Bandeirantes, há dúvidas hoje se o governo tem 48 deputados em sua base aliada, número mínimo para aprovar de um projeto de lei no Legislativo.

A base de Tarcísio na Alesp conta com o Republicanos, seu partido, o PSD, partido de seu secretário de Governo, Gilberto Kassab, PP e PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu padrinho político.

Entretanto, os deputados bolsonaristas do PL, praticamente metade da bancada de 19 parlamentares, não são considerados votos certos para o governo.

No primeiro semestre, parte desse grupo resistiu a votar a favor de dois projetos de Tarcísio: um empréstimo de R$ 6,5 bilhões para o projeto do trem regional entre São Paulo e Campinas e o aumento salarial para os policiais.

Em julho, o PL fez uma reunião que contou com participação do ex-presidente Jair Bolsonaro, para tentar apaziguar os ânimos e assegurar o apoio dos bolsonaristas aos projetos de Tarcísio. Apesar de alguns acenos públicos, a situação não é considerada totalmente equacionada.

Os bolsonaristas estão incomodados com a falta de cargos na gestão Tarcísio e com o tamanho do espaço dado pelo governador a aliados do secretário de Governo, Gilberto Kassab, presidente do PSD. Embora Kassab seja o articulador político de Tarcísio, os bolsonaristas preferem tratar suas demandas com o secretário da Casa Civil, Arhur Lima, criando um clima de intrigas no Bandeirantes.

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