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Alesp: polícia tenta acusar manifestantes por organização criminosa

Polícia Civil pediu a quebra de sigilo de celulares de manifestantes para demonstrar que o grupo planejou a pancadaria na Alesp

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Imagem colorida mostra policiais e manifestantes contrários à privatização da Sabesp brigando em sessão na Alesp - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra policiais e manifestantes contrários à privatização da Sabesp brigando em sessão na Alesp - Metrópoles - Foto: Juliana Arreguy/Metrópoles

São Paulo — A Polícia Civil pediu à Justiça paulista a quebra do sigilo dos celulares de três manifestantes envolvidos na pancadaria que tomou a Assembleia Legislativa (Alesp), na noite de 6 de dezembro, durante a votação da proposta de privatização da Sabesp. Apesar de também haver acusações de truculência, nenhum policial militar foi indiciado e os agentes só aparecem como vítimas no inquérito.

O pedido para acesso ao conteúdo dos celulares foi feito pela delegada Maria Aparecida Rezende Corsato, do 27º Distrito Policial (Ibirapuera), em relatório de investigação entregue na quinta-feira (14/12). O Metrópoles teve acesso ao documento.

Segundo a delegada, a diligência seria necessária para “verificar a existência de uma organização criminosa”, supostamente formada pelos manifestantes que estavam na Alesp. Os investigados respondem, ainda, por crimes de resistência, desobediência e dano ao patrimônio público.

“O acesso ao conteúdo dos aparelhos vai propiciar a identificação de outros autores que contribuíram de alguma forma para a prática dos crimes (contribuição intelectual e de planejamento ) e que devem responder por eles”, escreveu.

Para confirmar a hipótese na Justiça, a Polícia precisa demonstrar que os envolvidos se organizaram antes e planejaram o tumulto na Alesp. Caso não consiga confirmar a tese, os manifestantes devem ser acusados de associação criminosa – delito com pena mais branda.

Pancadaria na Alesp

O dia da votação da privatização da Sabesp foi marcado pela confusão entre manifestantes e a polícia que terminou com agressões, spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e deputados retirados às pressas do plenário da Alesp, muitos deles passando mal.

Quatro pessoas foram detidas e levadas algemadas até o 27º Distrito Policial, no Campo Belo, na zona sul da capital paulista. Todos alegam inocência e dizem ter sido agredidos pelos policiais.

Foram indiciados os manifestantes Hendryll Luiz Rodrigues de Brito Silva, de 22 anos; Lucas Borges Carvente, 26; Ricardo Senese, 36; e Vivian Mendes da Silva, 42.

Hendryll é acusado de arremessar uma tábua que atingiu a cabeça de um soldado da PM. Já a versão do indiciado é que, na verdade, ele teria ficado preso na multidão durante o tumulto, mas foi agredido com mata-leão e golpes de cassetete pela PM, mesmo sem ter esboçado reação.

Em relação a Lucas, os investigadores afirmam que o suspeito foi flagrado em filmagens arremessando um tripé contra os policiais. O objeto teria cortado um soldado. Em interrogatório, ele negou ser a pessoa que aparece no vídeo.

Já Vivian é acusada de ser “uma das primeiras a desobedecer o isolamento” e romper a linha de PMs. “Ela também gritava incentivando os demais para avançarem em direção ao vidro”, diz o relatório.

A versão da indiciada é diferente. Ela alega que estaria “sendo empurrada por outras pessoas”, acabou agredida com um golpe no estômago e ficou trancada em uma viatura, intoxicada por gás de pimenta.

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