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Alesp infla gabinetes de ex, que têm 53 assessores e custam R$ 900 mil

Alesp mantém gabinetes e assessores extras para ex-presidentes e ex-secretários mesmo após fim do mandato da Mesa Diretora

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Larissa Navarro/Alesp
Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) - Metrópoles
1 de 1 Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) - Metrópoles - Foto: Larissa Navarro/Alesp

São Paulo –  Mesmo após deixarem a Mesa Diretora, deputados que ocuparam presidência e 1ª e 2ª secretarias na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), entre 2021 e 2023, mantêm gabinetes extras e 53 assessores que, juntos, custam R$ 914 mil por mês aos cofres públicos.

Há 21 anos, a Alesp permite que ex-presidentes e ex-secretários possam manter gabinetes, carros e assessores de quando estiveram na Mesa Diretora. As estruturas são somadas aos gabinetes aos quais os deputados já possuem enquanto parlamentares.

A regra só é válida para quem se mantiver no exercício do mandato, ou seja, não é aplicável a deputados que não se reelegeram. Além disso, os ex-integrantes só podem manter as estruturas por dois anos, o tempo de duração do mandato seguinte na Mesa Diretora.

O custo de R$ 914 mil citado ao início do texto se refere apenas aos salários dos assessores, já que os gastos com as estruturas dos gabinetes dos ex-integrantes não são disponibilizados de forma pública pela Alesp. Procurada, a assessoria da Casa não se manifestou.

Deputado com 3 gabinetes

Graças à medida, deputados podem acumular mais até do que dois gabinetes. É o caso de Rogério Nogueira (PSDB), que foi o 2º secretário da Alesp no último mandato e se reelegeu para o cargo na atual composição.

Nogueira acumula três gabinetes e têm 86 assessores à sua disposição: 40 enquanto 2º secretário, 23 pelo último mandato na Mesa e 23 por sua atuação parlamentar.

O ex-1º secretário Luiz Fernando (PT) conta com 40 assessores distribuídos entre seus dois gabinetes, 26 deles lotados na sala reservada ao seu mandato enquanto deputado estadual e outros 14 pela sua atuação passada na Mesa.

Já o ex-presidente Carlão Pignatari (PSDB) trabalha com 45 assessores: 29 a serviço de seu mandato e os outros 16 lotados no gabinete da ex-presidência.

A partir de 2025, os três principais cargos da Mesa Diretora poderão manter pelo menos dois gabinetes, já que a Alesp aprovou este ano a reeleição inédita do presidente e do 1º e 2º secretários. Além de Rogério Nogueira na 2ª secretaria, a composição atual tem André do Prado (PL) como presidente e Teonilio Barba (PT) enquanto 1º secretário.

Lotação na Alesp

Miguel Biazzo é um dos 14 assessores lotados no gabinete da ex-1ª secretaria. Ele foi secretário-adjunto de Licenciamento na Prefeitura de São Paulo durante a gestão Fernando Haddad (PT) e migrou para a Alesp em 2017, após o petista não ter conseguido se reeleger. Desde então, ele tem sido lotado em gabinetes petistas. Seu salário bruto é de R$ 18,6 mil.

A prática de lotar ex-secretários, servidores, amigos próximos e políticos sem mandato ligados aos partidos é comum nos gabinetes da Alesp. Casos semelhantes se repetem no gabinete da ex-presidência, por exemplo, com duas funcionárias ligadas a um aliado de Carlão Pignatari.

Ana Cláudia Zuliani, cujo salário bruto é de R$ 27,9 mil por mês, chegou à Alesp em julho de 2023, já na ex-presidência, sem passagem prévia pela Casa. Ela é casada com o ex-deputado Geninho Zuliani (União Brasil), prefeito eleito de Olímpia, no interior paulista.

Em fevereiro de 2023, na reta final do mandato de Pignatari enquanto presidente, o deputado também lotou em seu gabinete outra assessora ligada a Zuliani: Cássia Cristina Recco, que foi assessora parlamentar de Zuliani na Câmara dos Deputados, entre 2019 e 2023. Atualmente lotada na ex-presidência, ela possui salário mensal de R$ 11,9 mil.

Além de ser próximo de Pignatari, com quem participa de agendas pelo interior, Zuliani também foi o vice de Rodrigo Garcia (sem partido) na disputa ao governo de São Paulo, em 2022, quando Garcia estava no PSDB.

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