Alesp homenageia Arautos do Evangelho, acusados de tortura e assédio
Arautos do Evangelho, grupo católico está envolvido em denúncias de tortura, estupro e assédio a estudantes de escolas da instituição
atualizado
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São Paulo – A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) homenageou, na segunda-feira (23/10), os Arautos do Evangelho, grupo religioso conservador envolvido em denúncias como tortura e assédio a jovens, por iniciativa de um deputado bolsonarista da base do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A homenagem concedeu o colar de honra ao mérito, maior honraria da Alesp, a João Clá Dias, fundador dos Arautos, e foi proposta pelo deputado estadual Gil Diniz (PL), que chamou Dias de “herói nacional que merece todas as nossas honras”.
Participaram do evento o presidente da Casa, deputado André do Prado (PL), e duas secretárias do governo Tarcísio: Marília Marton (PSD), da Cultura, e Sonaira Fernandes (Republicanos), da pasta de Políticas para a Mulher.
“A missão do Arautos, que é o grande mensageiro da palavra de Deus, é importante para que os nossos jovens tenham esse contato e aprendam a ter mais fé nessa vida que está cada vez mais difícil”, disse Marton.
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Em 2019, o Metrópoles publicou uma reportagem especial denunciando abusos físicos e psicológicos contra crianças e adolescentes que estudavam nos colégios mantidos pelos Arautos. A sede da instituição fica em Caieiras, a cerca de 35 km de São Paulo.
O grupo católico foi orientado pelo Vaticano a fechar as escolas e a Defensoria Pública de São Paulo pediu pelo fim dos internatos. O caso corre na primeira instância da Justiça paulista em sigilo.
Em abril do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que os jovens matriculados em regime de internato retornassem às suas casas e que as escolas dos Arautos do Evangelho não aceitassem novos alunos. Em janeiro deste ano, a Justiça autorizou o grupo religioso a retomar as matrículas e abrigar os estudantes nos internatos.