Água tem validade? Entenda caso de garrafas vencidas dadas a mesários
Após mesários do 2º turno em Jundiaí receberem garrafas d’água vencidas há 5 anos, a dúvida que surge é: água tem prazo de validade?
atualizado
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São Paulo — Após mesários que trabalharam no 2º turno da eleição municipal em duas escolas de Jundiaí, na Grande São Paulo, terem recebido garrafas d’água vencidas há cinco anos, a dúvida que pode surgir ao leitor mais atencioso é: água tem prazo de validade?
A resposta é que a água mineral em si, não. No ambiente natural, a água continua potável por milhares de anos. O que tem validade é a água armazenada, em garrafas de plástico ou em outros recipientes. Isso porque, com o tempo, alguns componentes da embalagem podem entrar em decomposição e contaminar o líquido ali armazenado.
Entidades como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam) determinam que a água mineral natural sem gás armazenada em uma garrafa PET, como as que foram entregues aos mesários em Jundiaí, tem a validade de 12 meses.
A água que estiver em garrafa de vidro pode ter seu prazo de validade estendido para 24 meses. Se o líquido estiver em uma embalagem feita por polipropileto, um plástico mais opaco e de qualidade inferior, a validade chega a 6 meses.
Já as águas minerais gaseificadas possuem 12 meses de validade em garrafas de vidro e seis meses nas garrafas de plástico, e esse prazo tem a ver com a durabilidade do gás. O plástico, por exemplo, não armazena bem a água gaseificada porque não é impermeável ao gás carbônico.
A temperatura é outro fator que interfere no prazo de validade da água engarrafada, principalmente no de garrafas plásticas, uma vez que altas temperaturas podem danificar a embalagem.
Entenda o caso de Jundiaí
Mesários que trabalhavam no 2º turno da eleição municipal em Jundiaí receberam garrafas d’água com prazo de validade marcado para 27 de agosto de 2019 — o que significa que estavam vencidas há 5 anos.
Procurado pelo Metrópoles, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) informou que “os kits de alimentação oferecidos aos mesários são comprados pela Prefeitura de Jundiaí, não pelo TRE-SP”.
Entre os kits distribuídos, foram encontrados dois com águas fora da validade, segundo o TRE-SP.
“Ao tomar conhecimento do ocorrido, o juiz da 65ª Zona Eleitoral solicitou ao oficial de justiça que fosse até o depósito da empresa responsável pelos kits, mas não foram encontrados mais kits vencidos”, diz a nota.
A Prefeitura de Jundiaí informou à reportagem que a Casa Civil do município orientou a unidade de Administração de Pessoas a notificar a empresa vencedora do pregão eletrônico para o fornecimento da alimentação.
“Caso confirmado, a empresa será punida conforme legislação específica”, pontuam.