Afegãos refugiados serão transferidos em agosto, diz secretário nacional de Justiça
Botelho não deu mais detalhes sobre o novo destino dos afegãos, mas garantiu que o governo tem um plano de acolhimento a longo prazo
atualizado
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O secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, afirmou nesta sexta-feira (28/7) que os refugiados afegãos que estão em uma colônia de férias na Praia Grande, litoral de São Paulo, vão ser transferidos para outro local já no mês de agosto.
Em visita ao local, Botelho não deu mais detalhes sobre o novo destino do grupo, mas confirmou que a intenção é levar essas pessoas para outro centro de acolhimento “que está sendo montado neste momento no Estado de São Paulo, em outra cidade”. Em entrevista ao Metrópoles, ele disse o novo local não será no litoral paulista, mas ficará perto da capital.
Os refugiados estão desde o início de julho na colônia do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêutica. O local foi o primeiro abrigo dos afegãos desde que desembarcaram no país e passaram dias dormindo no Aeroporto de Guarulhos.
De acordo com Botelho, a Secretaria Nacional de Justiça tem um plano de acolhimento a longo prazo para os refugiados, já que, segundo ele, “o fluxo de afegãos continuará”.
O secretário nacional de Justiça disse ainda que houve uma força-tarefa do governo federal com auxílio da prefeitura de Praia Grande e do governo estadual para garantir o acolhimento necessário aos refugiados, com tratamento emergencial de saúde e obtenção de documentos. Na opinião dele, a falta destes serviços colabora para que grande parte dos refugiados busque outros países.
“E nessa rota, ele acaba sendo preso, morre. Isso não é o acolhimento, é colocar em risco uma pessoa”, explicou Augusto de Arruda Botelho.
Para Botelho, o trabalho que vem sendo realizado no litoral de São Paulo deve servir de exemplo. “O que aconteceu aqui em Praia Grande é um exemplo do que a gente quer ver refletido em outros locais do país. A pessoa chega, retira o documento, tem o tratamento de saúde, tem a possibilidade de procurar um emprego, com documentação”, completou.
Entre janeiro do ano passado e abril deste ano, mais de 6 mil afegãos entraram no Brasil, segundo dados do Sistema de Tráfego Internacional, da Polícia Federal, compilados pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
O alto fluxo migratório provocou uma crise humanitária, com falta de vagas em abrigos para atendimento de toda a população. À espera do encaminhamento, os afegãos improvisaram camas e barracas no chão do aeroporto, e não têm acesso a banhos.
Em meio à situação de vulnerabilidade, um surto de sarna chegou a atingir os refugiados. Depois disso, o Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho para discutir a saúde desta população.