Aeroporto de Guarulhos: novo grupo de refugiados chega e vai para litoral
Refugiados afegãos desembarcaram no Aeroporto de Guarulhos nesta segunda-feira; mais de 130 pessoas estão em abrigo no litoral paulista
atualizado
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São Paulo – Um novo grupo com 27 refugiados afegãos desembarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, nesta segunda-feira (3/7). Como a cidade não tem vagas disponíveis em abrigos, todos serão levados para Praia Grande, no litoral paulista.
Desde a última sexta-feira, os afegãos que não encontram vagas de acolhimento na cidade de Guarulhos são encaminhados para a Colônia de Férias do Sindicato dos Químicos, em Praia Grande.
Segundo a Acnur, a Agência da ONU para Refugiados, o local tem capacidade para acolher até 180 pessoas. Até o final desta tarde, 138 afegãos estavam na Colônia de Férias.
O destino foi escolhido depois de uma articulação entre os governos federal, estadual e municipal de Guarulhos e Praia Grande.
Também participaram das negociações membros da Acnur; da Organização Internacional para as Migrações (OIM); da Cáritas e de outras entidades envolvidas com a temática.
A Colônia de Férias do Sindicato dos Químicos possui 50 apartamentos com cozinha, fogão, geladeira, micro-ondas, dois beliches, ventilador, banheiro e televisão.
Nas áreas comuns há jardim, piscina, uma grande área de convivência, espaço para refeições e tratamento de saúde.
Segundo o Ministério da Justiça, o espaço será usado de forma emergencial para que os imigrantes não fiquem em situação de precariedade.
Antes de conseguirem um abrigo, os afegãos estavam acampados no Aeroporto de Guarulhos, sem condições de higiene básicas e se alimentando de forma precária.
A notícia de um surto de sarna entre os refugiados chamou a atenção do ministro Flávio Dino, que decidiu interceder pelo grupo. Também há relatos de que muitos deles sofriam com a falta de atendimento para outros problemas, como convulsões, hipertensão, dores e piolhos.
Proibidos de entrar
Apesar das negociações, a chegada do primeiro grupo de refugiados à Praia Grande na sexta-feira foi marcada por tumulto.
A prefeita Raquel Chini (PSDB) chegou a proibir a entrada da primeira leva de refugiados na cidade.
A prefeita alegou que muitos deles estavam doentes e que o município não tinha estrutura para recebê-los. A Guarda Municipal posicionou viaturas nos principais acessos de Praia Grande.
Em alguns pontos, agentes fortemente armados estavam orientados a não permitir a entrada dos ônibus.
Só após uma reunião entre o ministro da Justiça, Flávio Dino, e a prefeita Raquel Chini é que foi selado um acordo que permitiu a entrada dos mais de 150 refugiados na sexta-feira.