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Advogado de PMs do Carandiru é condenado por homofobia: “Vai ser gay lá na Rússia”

Em sessão do Tribunal do Júri, ele se dirigiu a promotora com fala discriminatória; para MP, comentários fugiram do contexto do julgamento

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Homem com camiseta marrom, cabelos grisalhos e óculos, de braços cruzados - Metrópoles
1 de 1 Homem com camiseta marrom, cabelos grisalhos e óculos, de braços cruzados - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo — A Justiça de São Paulo condenou o advogado Celso Machado Vendramini por crime de homofobia cometido durante sessão do 2º Tribunal do Júri da Capital, ocorrida em novembro de 2019. Ele foi condenado à prestação de serviços à comunidade e ao pagamento de 20 salários mínimos. Cabe recurso à decisão.

Na ocasião, Vendramini fazia a defesa de dois policiais militares quando passou a tecer comentários preconceituosos em relação à comunidade LGBT+, supostamente fazendo alusão à orientação sexual da promotora do caso, Claudia Mac Dowell, presente à sessão.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o advogado se dirigiu à promotora e disse “não saber se ela é casada ou não”, mas afirmou notar uma aliança na mão esquerda dela.

Advogado se torna réu após ofensas homofóbicas contra promotora

Ainda nesse contexto, Vendramini citou Vladimir Putin, presidente da Rússia, e os comunistas. “O pessoal fala muito da Rússia. Eu sou fã do Putin. Lá, não tem ‘boi’, não. Lá, não tem passeata gay. E os comunistas adoram, ‘né’? Vai ser gay lá na Rússia para ver o que acontece. Eu acho que a democracia da Rússia é a democracia que eu gosto”, disse o advogado, segundo a denúncia.

Comentários “desconexos”

Para o MPSP, os comentários foram “totalmente desconexos com o julgamento que ali transcorria”. Vendramini “praticou discriminação e preconceito de raça, compreendido em sua dimensão social (discriminação homofóbica e transmofóbica), diz o órgão.

O Ministério afirma que, além das ofensas generalizadas, o acusado ofendeu a dignidade e o decoro da promotora de Justiça, que atua no Tribunal de Júri há 19 anos.

O Metrópoles entrou em contato com Celso Vendramini, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Ex-policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, Vendramini é conhecido por defender policiais ao longo da carreira, atuando em casos célebres como o do Carandiru e da Favela Naval.

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