“Adoção à brasileira é crime”, afirma delegado do caso Isabela
Delegado Marcel Druzian, responsável por investigar o sumiço da menina Isabela, afirma que “adoção à brasileira” é crime e tem penas graves
atualizado
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São Paulo — O delegado Marcel Druziani, titular do 11º DP (Santo Amaro), em São Paulo, afirma que criar vínculo afetivo com uma família em situação de rua não dá, obviamente, direito à pessoa de querer tomar uma criança, mesmo que tenha alguma boa intenção.
“Não é o caminho. A ‘adoção à brasileira’, ou de qualquer forma, levando, subtraindo, está errada, é crime, é sequestro, tem penas graves”, diz o delegado, responsável por investigar as motivações do sequestro da menina Isabela, na última sexta-feira (30/6).
Segundo Druziani, quem tem a intenção de adotar uma criança deve buscar os caminhos legais para evitar qualquer tipo de problema com a Justiça. “Existe Poder Judiciário, sistema legal, Varas da Infância e da Juventude, crianças em filas para serem adotadas”, afirma o delegado.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que a menina é raptada, no cruzamento entre a Rua Vera Cruz e a Coronel Luís Barroso, em Santo Amaro.
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De acordo com o delegado, quem tem a intenção de adotar alguém não deve se prender a detalhes como idade ou etnia. “O importante é o amor que você quer compartilhar com alguém”, diz.
Histórico
O sequestro de Isabela ocorreu na noite da última sexta-feira (30/6), em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Ela foi encontrada nessa segunda-feira (3/7) em frente a um comércio em Santo André, na região do ABC.
Os principais suspeitos, segundo Druziani, são uma mulher, que se apresentava como Sandra, e o marido dela, um homem careca. Sandra teria se aproximado da mãe de Isabela, Evanisa, oferecendo presentes à menina nos últimos meses.
Advogados dos suspeitos estiveram nesta terça (4/7) na delegacia e afirmaram que seus clientes devem comparecer para prestar depoimento na quinta (6/7).