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Adesão à vacina da dengue patina em SP em meio à explosão de casos

Estado decretou situação de emergência por causa da alta incidência da doença, mas procura por vacina segue baixa

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1 de 1 vacina-dengue-qdenga-1 - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES

São Paulo – O estado de São Paulo vive uma explosão no número de casos de dengue e decretou situação de emergência, nesta terça-feira (5/3), por causa da alta incidência da doença entre os habitantes. Apesar disso, no entanto, a adesão à vacina contra o vírus ainda patina entre as cidades paulistas que receberam o imunizante.

Oito dos 11 municípios de São Paulo que iniciaram as campanhas de vacinação contra a dengue não tinham conseguido imunizar nem 50% do público-alvo esperado até a noite desta segunda-feira (4/3), duas semanas após o começo da aplicação das vacinas.

Os dados foram levantados pelo Metrópoles com as prefeituras das cidades de Guarulhos, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Guararema, Poá, Biritiba-Mirim e Mogi das Cruzes.

As prefeituras de Arujá e Santa Isabel não responderam aos questionamentos da reportagem. O Metrópoles não conseguiu contato com a prefeitura de Salesópolis.

O levantamento mostra que a cidade com maior número de doses aplicadas até o momento é também a que tem o menor percentual de vacinados proporcionalmente: Guarulhos. Com mais de 6 mil crianças vacinadas, a cidade aplicou apenas 18% das 34.270 doses que recebeu do Ministério da Saúde até esta segunda.

Nessa terça-feira (5/3), a Prefeitura de Guarulhos seguiu o governo estadual e decretou estado de emergência por causa do aumento dos casos entre os moradores. A cidade já registra três mortes por dengue e quase 8 mil casos confirmados da doença.

Como estratégia para ampliar a cobertura vacinal, a prefeitura seguiu a recomendação do Ministério da Saúde e passou a oferecer o imunizante nas escolas municipais a partir dessa terça.

Depois de Guarulhos, a segunda pior cobertura vacinal foi registrada em Mogi das Cruzes, que aplicou 21% das 12.143 doses recebidas. A terceira pior foi a de Itaquaquecetuba, que imunizou 24,3% das 10.960 crianças com 10 e 11 anos que vivem na cidade.

A Prefeitura de Itaquaquecetuba afirma que tem reforçado diariamente as estratégias para alcançar a maior quantidade possível de crianças.

“Neste sábado (9/3), a pasta vai realizar um mutirão de vacinação contra a dengue. Serão disponibilizados dois polos em supermercados de grande movimento na cidade, locais estratégicos previamente selecionados”, diz a secretaria municipal da Saúde de Itaquaquecetuba por meio de nota.

A cidade também tem disponibilizado agentes de saúde para aplicação das vacinas nas escolas.

O ranking com menores percentuais de vacinados continua com os municípios de Guararema (32,6%), Suzano (42%), Ferraz de Vasconcelos (47,2%) e Poá (48,6%). O maior percentual de cobertura até este momento foi registrado em Biritiba-Mirim, que vacinou 402 crianças, ou 49% do público-alvo.

Os onze municípios paulistas estão entre as 521 cidades do país que foram escolhidas pelo Ministério da Saúde para receber o imunizante fabricado pela Takeda.

Também há relatos de baixa procura pelo imunizante em outros estados. No Distrito Federal, por exemplo, apenas 32,7% da população que pode receber a vacina tinha sido imunizada 20 dias após o início da campanha.

Com a falta de adesão, o Ministério da Saúde projeta ampliar o público-alvo em breve, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. A ideia é responder aos estados que pediram para oferecer as doses remanescentes para crianças mais velhas. Com a mudança, crianças entre 12 e 14 anos também deverão a receber a imunização.

Sintomas da dengue

Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:

  • Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
  • Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
  • Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
  • Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
  • Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
  • Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

Tratamento

O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:

  • Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
  • Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
  • Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
  • Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
  • Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (aines) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue.

Prevenção da dengue

Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.

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