Acordo de Valdemar e Kassab pavimenta candidatura de deputado ao TCE
Indicação para vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) caberá à Alesp, onde caciques se articulam por aliado em comum
atualizado
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São Paulo – O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab (PSD), chegaram a um consenso para a indicação à próxima vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), que será aberta em setembro deste ano com a aposentadoria do conselheiro Edgard Camargo Rodrigues.
Os caciques partidários têm articulado para que a próxima cadeira de conselheiro na Corte fique com o deputado federal Marco Bertaiolli, que é filiado ao PSD, sigla presidida por Kassab, e natural de Mogi das Cruzes, reduto eleitoral de Valdemar.
A indicação para essa vaga cabe à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde os dois políticos já iniciaram as conversas para que Bertaiolli seja o escolhido. Tanto Valdemar quanto Kassab buscam emplacar um nome de confiança no órgão, que é responsável por fiscalizar as despesas do governo estadual e das prefeituras paulistas.
O deputado André do Prado (PL), presidente da Alesp e pupilo de Valdemar, foi encarregado de conversar com as bancadas dos partidos na volta do recesso parlamentar, já na próxima semana, para pacificar entre os pares o acordo feito pelos dirigentes.
Disputa na base governista
A sucessão da cadeira no TCE já havia provocado uma disputa entre deputados que queriam se candidatar ou emplacar aliados. Cinco parlamentares se apresentaram como opções à vaga: Ricardo Madalena, Carlos Cezar (ambos do PL), Gilmaci Santos (Republicanos), Paulo Corrêa Jr. (PSD) e Vinícius Camarinha (PSDB).
Por fora, André do Prado tentava viabilizar a indicação do advogado Carlos Eduardo Gomes Callado, que atuou em sua campanha eleitoral de 2022 e emprega a mulher do deputado em seu escritório.
Aliados do Republicanos desfrutaram de fritura de Tarcísio no PL
No entanto, o acordo de Valdemar e Kassab praticamente minou as chances dos demais candidatos. Como ainda há outras aposentadorias previstas pelos próximos três anos, os caciques tentam dissuadir os deputados em troca de cargos ou outros benefícios.
Caso a vaga que abre em setembro fique mesmo com Bertaiolli, que é deputado federal pelo PSD, aumentará a pressão na base de Tarcísio para que a próxima cadeira, do conselheiro Robson Marinho, que se aposenta em janeiro de 2025, fique com um deputado estadual do Republicanos ou do PL.
O nome de Gilmaci é tratado pelo Republicanos como uma necessidade de que Tarcísio faça um aceno ao próprio partido no governo, já que a sigla estava enciumada da relação entre o governador e o PL, partido de Jair Bolsonaro.
Até o fim de 2025, outras duas vagas serão abertas por causa da aposentadoria dos conselheiros Antonio Roque Citadini e Sidney Beraldo, atual presidente da Corte.