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Acaso levou polícia a cemitério clandestino usado por Satanás do PCC

PMs desconfiaram de suspeitos e encontraram em região remota de Taquaritinga corpos de vítima da facção enterrados clandestinamente

atualizado

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Reprodução/Polícia Civil
Corpo com efeito de embalsamento é erguido por retroescavadeira - Metrópoles
1 de 1 Corpo com efeito de embalsamento é erguido por retroescavadeira - Metrópoles - Foto: Reprodução/Polícia Civil

São Paulo – Entre os dois primeiros dias deste ano, sete criminosos sob a liderança de Alexsandro Cardoso Moto, o Satanás, participaram da execução de Douglas Pereira de Sobral, o Dodô, em Taquaritinga, interior paulista. A vítima, conforme laudo necroscópico, morreu após ser enforcada e alvo de pauladas na cabeça, ao ponto de parte do crânio ser destruído pelos carrascos do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Após o assassinato, o corpo de Dodô foi levado até a Serra do Jaboticabal, na região de Taquaritinga, onde foi enterrado clandestinamente por Satanás e parte de seu bando, que ocupavam um GM Astra.

O carro, quando retornava da desova, em 1º de janeiro, cruzou com uma viatura da Polícia Militar e fugiu em alta velocidade — atitude que deixou os PMs desconfiados.

No dia seguinte, os policiais foram até a região, no bairro Jardim São Sebastião, e viram duas pessoas — que também fugiram ao avistar a viatura. A dupla, de acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtida pelo Metrópoles, foi auxiliada por Satanás para sair do local.

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Polícia localizou corpos enterrados em cemitério clandestino
Corpo é retirado com ajuda de retroescavadeira
Satanás, apontado como líder do PCC na região
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Retroescavadeira foi usada para retirar corpos de local

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Polícia localizou corpos enterrados em cemitério clandestino

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Corpo é retirado com ajuda de retroescavadeira

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Satanás, apontado como líder do PCC na região

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Cientes das duas fugas, PMs da Força Tática foram novamente à região, no dia 3 de janeiro e, ao introduzirem uma haste de ferro em um monte de terra fofa, constataram haver cal — usado por criminosos para acelerar o processo de decomposição de cadáveres. O corpo de Dodô foi encontrado na cova rasa e possibilitou, cinco dias depois, a descoberta de um cemitério clandestino.

Em 8 de janeiro, foi encontrada uma nova cova, na qual estavam sepultados quatro corpos masculinos, em avançado estado de decomposição. Dois deles foram identificados como João Victor Rosa da Silva e Axel Guilherme das Graças Marioto, residentes de Ibaté, cujas mortes são investigadas separadamente.

Sobrevivente

Uma vítima que sobreviveu ao tribunal do crime que sentenciou à morte João e Axel relatou, em depoimento à polícia, que membros do PCC da cidade de São Carlos encaminharam o trio até Taquaritinga para o “júri do crime”. Como relevado pelo Metrópoles, a cidade é o principal destino de todos os “réus” do PCC no interior, julgados em uma adega de bebidas, pertencente a Satanás.

A testemunha sobrevivente ainda afirmou que Satanás e seus disciplinas — criminosos responsáveis por garantir o cumprimento de regras da facção e punir “infratores” — presidiram o julgamento ilegal. “Os corpos encontrados no cemitério clandestino da serra seriam provenientes dos julgamentos realizados por ‘Sandrinho’ [outro apelido de Satanás]”, diz trecho da denúncia da Promotoria.

Satanás é apontado pela Polícia Civil como membro da Sintonia dos 14, composta por membros do PCC que decidem o destino de pessoas submetidas aos chamados “tribunais do crime” no estado de São Paulo.

Com ele, nos júris de Dodô, João e Axel, estavam seu braço direito, Clóvis Aparecido da Silva, o Clóvis Capeta; Silvanei Izidoro do Nascimento, o Vanei; Valdomiro da Silva, o Lagoa; Marlon Rodrigo Capodalio Basilio, o Capodalio; Tiago Sanyos da Silva, o TG; e Gidelson de Jesus Santos, o Pé na Porta — ainda de acordo com as investigações policiais, respaldadas pelo relato de sobreviventes.

Foi a suposta tentativa de homicídio contra Pé na Porta, disciplina do PCC na região, que motivou a decretação da morte de Dodô, apontado como o eventual autor de tiros dados contra o carrasco de Satanás.

As defesas dos suspeitos mencionados nesta reportagem não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestações.

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