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“Abin paralela” fez dossiê do nº 2 de Derrite para ligá-lo a Moraes

Segundo a PF, “Abin paralela” procurou, em 2020, elo entre delegado Nico, atual nº 2 de Derrite, e Moraes no dia da prisão de Queiroz

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida mostra close do rosto de Osvaldo Nico, delegado de polícia - Metrópoles - Foto: Governo do Estado de São Paulo

São Paulo – Investigação da Polícia Federal (PF) mostra que os envolvidos na chamada “Abin paralela” fizeram um dossiê do delegado Osvaldo Nico Gonçalves, atual número 2 da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), para investigar sua relação com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a PF, a “Abin paralela” levantou o dossiê do delegado Nico (foto em destaque) no dia 18 de junho de 2020 – a mesma data da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em um sítio de Atibaia, no interior paulista. Foi o policial civil quem capturou acusado em esquema de “rachadinha” na ocasião.

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Mensagem mostra que pesquisa foi feita em sistema clandestino
O delegado está na Polícia Civil desde 1979, e ocupava o cargo de diretor do DOPE desde 2019.
O ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou relatórios extraoficiais contra ex-Jovem Pan quando presidiu o TSE, diz a Folha de S. Paulo.
Delegado Nico disse que anulação de demissão em maio não mudava situação do irmão na Polícia Civil
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Investigados levantam informações de delegado Nico

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Mensagem mostra que pesquisa foi feita em sistema clandestino

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O delegado está na Polícia Civil desde 1979, e ocupava o cargo de diretor do DOPE desde 2019.

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O ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou relatórios extraoficiais contra ex-Jovem Pan quando presidiu o TSE, diz a Folha de S. Paulo.

Gustavo Moreno/SCO/STF
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Delegado Nico disse que anulação de demissão em maio não mudava situação do irmão na Polícia Civil

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O assunto é tratado pelo policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, de acordo com a investigação. Os dois foram presos na operação da PF, deflagrada nessa quinta-feira (11/7).

“Osvaldo Nico Gonçalves. Delegado de PCSP [Polícia Civil de São Paulo]. Consegue achar relação com Alexandre de Moraes?”, diz uma das mensagens interceptadas (veja acima). O interlocutor responde: “Vou procurar aqui”.

Nico x Moraes

Na representação, a PF afirma que, por meio da “Abin paralela”, a organização criminosa pretendia “vincular” Alexandre de Moraes ao delegado da Polícia Civil paulista.

“Destaca-se, neste caso específico, a utilização de sistema ilegítimos, inclusive pagos em moeda estrangeira (dólar ou euro)”, diz o relatório. “O dossiê produto da ação ilícita foi encontrado em dispositivo de armazenamento com o nome: ‘Alexandre x Nico.docx’ com metadado de criação de 18/06/2020.”

Os investigadores, no entanto, não citam a prisão de Fabrício Queiroz no documento e relacionam a pesquisa clandestina sobre o delegado Nico à data de julgamento do STF que confirmou a legalidade do inquérito das Fake News.

“As ações clandestinas direcionadas ao Exmo. Ministro Relator eram reação ilícitas da ORCRIM [organização criminosa] contra as providências tomadas para justamente combater o uso da desinformação como meio para obtenção de vantagens indevidas, inclusive de ordem política”, registra a PF.

Quem é o delegado Nico

Com 45 anos de Polícia Civil, o delegado Nico ocupa, hoje, o cargo de secretário executivo da Segurança Pública paulista – o braço direito do PM reformado Guilherme Derrite, que é declaradamente bolsonarista, o titular da pasta.

Ex-delegado-geral e diretor de departamentos policiais importantes, Nico se tornou o número 2 da segurança na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). A força de seu nome é tamanha que, nos últimos meses, ele chegou a ser cogitado para a vaga de vice na chapa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aliado de Tarcísio.

Em São Paulo, ele é conhecido por participar de diversas prisões importantes, como a do ex-médico e estuprador Roger Abdelmassih, dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto e de Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, além do próprio Queiroz.

Recentemente, o irmão de Nico foi demitido da Polícia Civil após ser condenado por peculato digital, praticado ao menos 17 vezes, para “esquentar” veículos roubados e furtados.

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