metropoles.com

A vida de luxo dos denunciados por fraude do PCC nas prefeituras de SP

Ligados ao PCC, líderes de esquema de fraude em licitações públicas viviam em festas e ostentavam imóveis e carros de luxo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Instagram
Latrell Brito
1 de 1 Latrell Brito - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo – Investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) revela a vida de luxo de Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, acusado de liderar o esquema que fraudou ao menos R$ 200 milhões em contratos públicos em benefícios de empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Latrell foi denunciado nesta semana pelo MPSP e está foragido. Segundo a acusação, obtida pelo Metrópoles, o dinheiro oriundo das fraudes do PCC era usado para desfrutar de viagens internacionais, festas regadas a bebidas e servia até para a poupança milionária para bancar a faculdade da filha.

O esquema descoberto envolve fraudes em licitações de mais de dez cidades paulistas, a partir de empresas registradas em nome de laranjas, além do pagamento de propina, via Pix ou dinheiro vivo, para agentes públicos. Outros participantes também usufruíam das regalias, de acordo com a denúncia.

À Justiça, a promotoria relata que Latrell fazia “constantes referências ao seu patrimônio amealhado ilicitamente”. Nos destaques do Instagram, o foragido mantinha posts das suas viagens para Itália, França, Suíça, Argentina e Estados Unidos.

6 imagens
Em áudio, Latrell diz que separou R$ 1 milhão para faculdade da filha
Latrell comemora com Márcio
Márcio chegou a ser preso com cocaína escondida no seu carro de luxo
Comemoração com champanhe aconteceu após fraude, diz MPSP
Pagamento de propina era feito com dinheiro vivo
1 de 6

Festa em casa de praia é citada na denúncia do MPSP

Reprodução/MPSP
2 de 6

Em áudio, Latrell diz que separou R$ 1 milhão para faculdade da filha

Reprodução/MPSP
3 de 6

Latrell comemora com Márcio

Reprodução/MPSP
4 de 6

Márcio chegou a ser preso com cocaína escondida no seu carro de luxo

Reprodução/MPSP
5 de 6

Comemoração com champanhe aconteceu após fraude, diz MPSP

Reprodução/MPSP
6 de 6

Pagamento de propina era feito com dinheiro vivo

Reprodução/MPSP

“Vida de Brito”

Com imagens de passeios e baladas regadas a bebidas, esses conteúdos nas redes sociais de Latrell eram intitulados de “Vida de Brito”. Um dos episódios foi publicado em junho de 2023.

O post mostrava ele e o sócio Márcio Zeca da Silva, que está preso e é apontado como um dos elos do grupo com o PCC, participando de uma festa (foto acima) em um condomínio de alto padrão na praia de Boraceia, em Bertioga, no litoral paulista.

6 imagens
Latrell Brito
Latrell Brito
Latrell Brito
Latrell Brito
Latrell Brito
1 de 6

Latrell Brito

Reprodução/Instagram
2 de 6

Latrell Brito

Reprodução/Instagram
3 de 6

Latrell Brito

Reprodução/Instagram
4 de 6

Latrell Brito

Reprodução/Instagram
5 de 6

Latrell Brito

Reprodução/Instagram
6 de 6

Latrell Brito

Reprodução/Redes sociais

Segundo a promotoria, Márcio “ostenta elevado padrão de vida”. Dono de imóveis e veículos de luxo, o sócio de Latrell chegou a ser preso em 2021, com 200 porções de cocaína escondidas no fundo falso da sua Mercedes-Benz.

Também consta na denúncia o episódio em que outros dois denunciados fazem uma foto, com uma garrafa de champanhe em um restaurante, logo após conseguirem manipular um pregão de Itatiba, no interior. O caso aconteceu em outubro de 2021.

“Não surpreende que, enquanto gozam dos valores desviados do erário das licitações fraudadas, desfrutem juntos, ostentando em redes sociais e festejando a vida de supostos empresários de sucesso”, registra o MPSP.

Imóveis e faculdade de R$ 1 milhão

Para a promotoria, o patrimônio de Latrell também é relevante. Levantamento dos investigadores mostra que ele tem uma casa, escritório, clínica odontológica e lojas de roupa em Suzano, na Grande São Paulo, além de outros três imóveis na praia, em Guarulhos e em Mogi das Cruzes.

Ao quebrar o sigilo do celular do acusado, o MPSP descobriu, ainda, que a filha do acusado, que é adolescente, consta como compradora de um apartamento em Suzano.

Uma troca de mensagens, interceptada na investigação, mostra que o foragido decidiu separar R$ 1 milhão para a faculdade de medicina da jovem. De acordo com a promotoria, a poupança seria uma precaução para o caso de ele acabar preso.

“Já separei um milhãozinho, deixei guardado ali para a faculdade. A gente sabe que pode acontecer aquele susto que eu tomei da polícia”, diz trecho da mensagem.

Operação Munditia

Ao todo, o MPSP denunciou 17 pessoas no âmbito da Operação Munditia, que descobriu o esquema de fraude do PCC, deflagrada no dia 16 de abril.

Entre os denunciados, estão quatro vereadores: Flavio Batista de Souza (Podemos), o Inha, ex-presidente da Câmara de Ferraz de Vasconcelos; Gabriel dos Santos (PSD), de Arujá, ambas na Grande São Paulo; Ricardo de Oliveira (PDT), o Ricardo Queixão, de Cubatão, no litoral, e Luiz Carlos Alves Dias, o Luizão Arquiteto, de Santa Isabel, no interior.

O Metrópoles não conseguiu contato com os citados na matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?