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A trajetória de Ricardo Nunes (MDB), prefeito reeleito de São Paulo

Nunes alcançou mais de 3 milhões de votos e tornou-se o 12º prefeito eleito da capital. Ele comandará a cidade no mandato 2025-2028

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O candidato à prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) durante pronunciamento após divulgação do resultado do segundo turno das eleições de São Paulo eleições 2024 Metropoles 2
1 de 1 O candidato à prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) durante pronunciamento após divulgação do resultado do segundo turno das eleições de São Paulo eleições 2024 Metropoles 2 - Foto: Ettore Chiereguini/Especial Metrópoles @chiereguini.e

São Paulo — Com mais de 3 milhões de votos, Ricardo Nunes (MDB) garantiu a reeleição e tornou-se, neste domingo (27/10), o 12º prefeito eleito de São Paulo no período democrático. A maior metrópole do país, que tem 12 milhões de habitantes, estará sob seu comando no mandato 2025-2028.

Às vésperas de seu aniversário de 57 anos, no próximo dia 13, Nunes vê coroada a campanha que teve, desde o início, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como principal aliado. Embora mais envergonhado, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi importante para o prefeito marcar posição entre o eleitorado mais conservador da cidade.

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Nunes durante votação

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A trajetória de Nunes na Prefeitura de São Paulo teve início em maio de 2021, quando ele assumiu a administração da capital após a morte de Bruno Covas (PSDB), de quem era vice.

De olho na reeleição, começou a pavimentar seu nome na disputa no fim de 2022, assim que entendeu que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teria um candidato na cidade: o deputado federal Guilherme Boulos (PSol). A partir daí, Nunes buscou e conseguiu, ainda que tímido, o apoio formal de Bolsonaro. Além disso, montou uma ampla coligação, com 12 partidos, garantindo a maior fatia da propaganda eleitoral gratuita, fundamental para avançar ao segundo turno.

O apoio de Bolsonaro veio com a condição de indicação do vice, o Coronel Mello Araújo, policial militar da reserva e ex-comandante da Rota — após meses de negociação, o prefeito acabou cedendo e aceitou o nome. A aliança eleitoral, contudo, afastou o PSDB de Covas e não garantiu o engajamento bolsonarista em sua campanha.

Em uma manobra de última hora, os tucanos filiaram e lançaram o apresentador José Luiz Datena para concorrer contra Nunes. Ao mesmo tempo, o influencer conservador Pablo Marçal (PRTB) se lançou na disputa mirando os eleitores bolsonaristas. As duas candidaturas atrapalharam os planos do prefeito e acabaram tirando votos do emedebista.

Ele viu também uma de suas mais próximas conselheiras políticas, Marta Suplicy, abandoná-lo para retornar a seu partido de origem, o PT, e concorrer ao lado de Boulos, sob o argumento de que não poderia estar no mesmo grupo que Bolsonaro.

Durante a campanha, Nunes se viu às voltas com assuntos que o assombram desde antes de assumir a Prefeitura, como suspeitas de envolvimento em um suposto esquema para desviar recursos da educação infantil, a chamada máfia das creches, e um registro de violência doméstica feito por sua mulher há 13 anos.

Mas não foram essas denúncias que selaram o destino de Nunes. Na reta final do primeiro turno, o prefeito aparecia tecnicamente empatado com Boulos e Marçal e havia séria preocupação de sua equipe em relação ao seu desempenho nas urnas.

Dois dias antes da eleição, contudo, Marçal divulgou um laudo falso associando Boulos ao uso de cocaína. A confirmação de que o documento era falso — a partir de investigações determinadas pelo próprio governador — , no dia anterior ao primeiro turno, desmascarou o influencer e, para muitos analistas, enterrou sua candidatura. Nunes, com 29,48% dos votos, e Boulos, com 29,07%, foram para o segundo turno.

As origens de Nunes

Ricardo Luís Reis Nunes nasceu em 13 de novembro de 1967, na capital. Chegou a estudar Direito na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), mas, endividado, abandonou o curso para que pudesse trabalhar, segundo conta.

Criado na região do Parque Santo Antônio, na zona sul, ele é filho de uma dona de casa e de um comerciante português. Costuma dizer que se filiou ao MDB aos 18 anos, no mesmo dia em que tirou seu título de eleitor. Aos 21, disputou pela primeira vez as eleições para vereador da cidade, sem sucesso.

O prefeito conta que teve uma primeira infância de classe média na zona sul, com privilégios que incluíam colégio particular. Mas seu pai tentou empreender no litoral do Estado, nos anos 1980, e terminou falindo. A família voltou, então, para recomeçar a vida na zona sul, desta vez com Nunes em escola pública.

Dos negócios à política

Nunes sempre teve interesse por política e a primeira empresa aberta em seu nome foi no ramo da comunicação – um jornal de bairro. Seu círculo de amizades o levou à Associação Empresarial da Zona Sul (Aesul) e à Sociedade Equilíbrio de Interlagos (Sobei), quando ele já havia aberto sua empresa de dedetização e controle de pragas, a Nikkey.

A companhia, aberta em 1997, virou uma das maiores empresas do país quando entrou no ramo de tratamento fitossanitário para portos e aeroportos, segundo o prefeito. A Nikkey tem cerca de 400 funcionários.

Pelo MDB, Nunes e seus amigos do círculo empresarial da zona sul atuavam para ter um representante na Câmara Municipal, sendo próximos de parlamentares com anos de mandato, como Nelo Rodolfo (MDB), Antônio Goulart (PSD) e Milton Leite (União).

Sua mãe, Maria do Céu (MDB), também decidiu tentar a vida pública e, em 2008, disputou eleições para vereadores na cidade vizinha de Embu-Guaçu. Eleita, chegou a presidir a Câmara local.

Dois mandatos como vereador

Em 2012, o prefeito conseguiu se eleger pela primeira vez vereador na Câmara Municipal da capital, com cerca de 30 mil votos. Quatro anos depois, em 2016, foi reeleito com mais de 55 mil votos.

Na eleição municipal de 2020, em uma articulação que envolveu PSDB, MDB e União, Nunes foi escolhido por caciques das legendas para ser o companheiro de chapa de Bruno Covas, que era vice de João Doria e assumiu a prefeitura quando o então tucano se elegeu governador, em 2018.

A dupla foi eleita com mais de 3,1 milhões de votos no segundo turno, derrotando a chapa de Guilherme Boulos. Covas já havia descoberto um câncer avançado no sistema digestivo durante a campanha. Menos de cinco meses após ser empossado, Covas morreu, e Nunes assumiu a cadeira de prefeito.

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