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A origem das joias encontradas com o delator do PCC

Joias encontradas com Vinícius Gritzbach, delator do PCC, teriam sido recebidas como pagamento de uma dívida durante uma viagem a Maceió

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Ao menos 30 joias, avaliadas em R$ 1 milhão, estavam dentro da mala de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, executado no Aeroporto de Guarulhos - Metrópoles
1 de 1 Ao menos 30 joias, avaliadas em R$ 1 milhão, estavam dentro da mala de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, executado no Aeroporto de Guarulhos - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — As joias encontradas com o empresário Vinícius Gritzbach, delator do PCC que foi assassinado a tiros, na última sexta-feira (8/11), em um terminal de desembarque do Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana, teriam sido recebidas como pagamento de uma dívida durante uma viagem a Maceió.

Dentre os itens de valor, havia anéis com pedraria, pulseiras, colares, brincos e relógios. O conjunto é avaliado em R$ 1 milhão.

Dois seguranças, entre eles um policial militar, identificado como Samuel, foram pegar as joias com o suposto devedor, em uma praia, a mando de Vinícius.

O empresário estava no estado alagoano para ver imóveis para alugar, segundo o advogado Ivelson Salotto, que defendia Vinícius em dois processos e agora representa um dos policiais militares que fazia sua segurança, o Samuel.

“Ele [Vinícius] recebeu uma ligação, de uma pessoa que tinha dívida com ele. [Ela falou] que queria começar a pagar a dívida, para mandar os meninos dele irem em tal lugar buscar uma bolsa com joias. Esse policial, o Samuel, não sabia o que era, só acompanhou”, disse o advogado.

Ivelson afirmou que a bolsa com joias serviu como “isca”. “Foram as joias que identificaram a posição dele, uma localização muito precisa. Poderia ter um GPS [junto com as joias].”

Samuel estava junto com Vinicíus no voo de Maceió para São Paulo, na última sexta-feira (8/11). Após desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o empresário foi executado por homens encapuzados — que fizeram 29 disparos com fuzis.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse, nessa segunda-feira (11/11), que os policiais militares que faziam a segurança de Vinícius já eram investigados pela Corregedoria da PM em razão do serviço prestado ao empresário, réu por homicídio e acusado de lavar dinheiro para a facção.

Vinícius era jurado de morte pelo PCC por estar supostamente envolvido no assassinato de dois membros da maior facção do Brasil, entre eles um chefão. Ele havia sido alvo de uma tentativa de homicídio, a tiros, na noite de Natal do ano passado.

PMs investigados

Os policiais militares (PMs) responsáveis pela segurança de Vinícius Antônio Gritzbach foram afastados das atividades na corporação e passaram a ser investigados.

Nos primeiros depoimentos prestados, eles disseram que, momentos antes do ataque ao empresário, pararam em posto de combustíveis para lanchar, enquanto aguardavam a chegada dele, que voltava de uma viagem a Maceió.

Segundo eles, quando decidiram ir em direção ao aeroporto, uma caminhonete não funcionou. Apenas um dos PMs teria ido até o local.

Câmeras de segurança do aeroporto registraram o momento em que dois homens de capuz descem de um carro preto e disparam contra Gritzbach. Ele morreu na hora. Um motorista de aplicativo, atingido por uma bala perdida, também morreu.

O advogado Ivelton Salotto, que defendia Gritzbach em dois processos, afirma que o empresário havia solicitado proteção ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). A solicitação, porém, não teria sido atendida.

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Corpo de rival do PCC executado no aeroporto
Homem foi morto na saída da área de desembarque do aeroporto
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Rival de PCC é morto em aeroporto

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O pedido ocorreu pouco antes de fechar um acordo de delação, com o qual ajudou na investigação de um núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) envolvido com a lavagem de dinheiro.

Gritzbach chegou a ficar preso, preventivamente, pela acusação de duplo homicídio. Ele foi solto, em junho do ano passado, por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para responder às acusações em liberdade. Fontes do Judiciário paulista afirmaram ao Metrópoles, na ocasião, que a soltura representava riscos à vida do empresário.

Crime

Conforme apurado pelo Metrópoles, o empresário foi morto com um tiro de fuzil no rosto na sexta-feira (8/11). Os filhos foram buscá-lo com quatro seguranças, todos PMs. O carro da filha quebrou e ficou em um posto, e o filho seguiu ao encontro do pai com os quatro seguranças.

Imagens do circuito de segurança mostram o momento em que um carro para na área de desembarque, dois homens encapuzados descem do veículo, vestindo coletes à prova de balas e portando fuzis.

Assim que o empresário se aproxima, os assassinos começam a atirar. São 29 disparos, segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles. Pelo menos um disparo atingiu o rosto do empresário. Dois seguranças ficaram feridos. Os atiradores entram no carro e fogem do local. Pouco depois, o veículo utilizado no crime foi localizado pela Polícia Militar.

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