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A ficha criminal do bando do PCC envolvido no plano para matar Moro

Membros do PCC envolvidos no plano de atentados contra autoridades já foram presos por tráfico de drogas, roubo a caixa eletrônico e lavagem

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São Paulo – Alvos da operação da Polícia Federal que desarticulou nessa quarta-feira (22/3) o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e matar agentes públicos, entre eles o senador Sergio Moro (União-PR), os integrantes da facção envolvidos na trama respondem por uma extensa ficha criminal — um deles foi solto de forma “indevida” em 2022, em procedimento que está sob investigação.

Entre os crimes praticados pelo bando estão tráfico de drogas, roubo a caixa eletrônico e até atentados contra policiais militares. Ao todo, onze mandados de prisão contra integrantes do PCC foram cumpridos pela Operação Sequaz, a maioria em São Paulo. Além de Moro, o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP) também era alvo do plano de atentados contra autoridades.

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Polícia Federal fez operação nesta quarta-feira (22/3) contra PCC, que pretendia matar senador Sergio Moro e promotor de Justiça
Dinheiro apreendido na operação que prendeu quadrilha que queria matar Moro
Carro de luxo na casa de um dos alvos
Operação ocorreu em várias unidades da Federação
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Sergio Moro e Lincoln Gakiya

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Polícia Federal fez operação nesta quarta-feira (22/3) contra PCC, que pretendia matar senador Sergio Moro e promotor de Justiça

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Dinheiro apreendido na operação que prendeu quadrilha que queria matar Moro

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Carro de luxo na casa de um dos alvos

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Operação ocorreu em várias unidades da Federação

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Segundo Gakiya, os ataques seriam executados por um setor específico do PCC chamado de “Sintonia Restrita”, que ele classifica como “departamento de homicídios e atentados da facção paulista”. Os assassinatos seriam uma retaliação ao isolamento de lideranças da facção, como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, em presídios federais, e à proibição de visitas íntimas.

Forjado

Um dos alvos da operação da PF foi Patrick Uelinton Salomão, o Forjado, apontado como integrante da cúpula do PCC. Ele deixou o presídio federal de Brasília em fevereiro do ano passado, após cumprir pena por tráfico de drogas.

Forjado também já foi denunciado pelo MPSP por associação à organização criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, ele e outros integrantes do “setor financeiro” do PCC ocultaram a movimentação de R$ 1 bilhão provenientes do tráfico, entre 2018 e 2019.

Em 2021, a Justiça paulista absolveu Forjado das acusações, por falta de provas. No recurso, a Promotoria reiterou que o bando construía casas-cofres para estocar dinheiro e usava doleiros para fazer transações em moedas estrangeiras.

Em mensagens interceptadas, Forjado era apontado como o responsável por passar as informações sobre as finanças do PCC para o “setor do arame”, uma referência ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), local de regras mais rígidas na prisão para onde foi transferida a cúpula da facção.

El Sid

Nome forte do PCC, Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan, o El Sid, coleciona passagens por roubo, tráfico de drogas e tentativas de assassinatos contra policiais militares de São Paulo. Ele chegou a sair da cadeia em setembro de 2022 – em episódio que gerou um procedimento na Justiça paulista para apurar “soltura indevida”.

Em abril de 2014, El Sid esteve envolvido em uma explosão de caixa eletrônico de uma farmácia no Jardim Miriam, na zona leste da capital paulista. Na ocasião, um bando com cerca de dez indivíduos armados de fuzil sequestrou um ônibus, usou o veículo para arrombar o estabelecimento e trocou tiros com PMs.

Também foi denunciado pelo MPSP, em agosto de 2020, por outra tentativa de homicídio e troca de tiros com PMs. Ao decretar sua prisão preventiva, a juíza do caso destacou que El Sid é de “alta periculosidade”, “ostenta diversas anotações criminais” e é “investigado por delito de organização criminosa”.

No grupo preso pela PF também está Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, denunciado por comandar um ataque com mais de 30 tiros e três lançamentos de granada contra uma base comunitária da PM em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, em 2003. Ele também é acusado de praticar outros crimes na capital paulista, Campinas e outras cidades do interior.

Apesar de o atentado contra a PM ter acontecido na região metropolitana, o Tribunal do Júri foi transferido para a cidade de São Paulo, por questões de segurança. Na época, a avaliação da Justiça era que o Fórum de Taboão era “frágil” e os réus do PCC poderiam ser resgatados pela facção.

Carro Velho

Preso por tráfico de drogas, Claudinei Gomes Carias, o Carro Velho, progrediu para o regime aberto em novembro de 2019. Na ocasião, a Promotoria apelou para que a Justiça negasse o benefício.

Carro Velho estava detido no Centro de Progressão Penitenciária Dr Edgard Magalhães Noronha, o Pemano, em Tremembé, no interior de São Paulo.

Alvo de operação em 2021, a cadeia é conhecida entre os presos como “Biqueira do Bilhão” e foi palco dos “ninjas do PCC” – grupo responsável por levar, ilegalmente, drogas, celulares e até armas para dentro da unidade.

Outros dois presos por planejar os atentados contra as autoridades, Janeferson Aparecido Mariano Gomes e Valter Lima Nascimento, também já passaram pelo sistema prisional paulista. No caso do primeiro, as acusações envolveram furto e extorsão mediante sequestro.

A reportagem não localizou processos criminais movidos contra Herick da Silva Soares e Franklin da Silva Correa, que também foram alvos da Operação Sequaz.

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