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A fatura que cada partido vai cobrar de Ricardo Nunes após a reeleição

Com a vitória de Ricardo Nunes em sua reeleição, partidos aliados tentam garantir o controle das principais secretarias municipais

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DANILO M. YOSHIOKA/METRÓPOLES
Imagem colorida mostra o prefeito Ricardo Nunes, homem branco, de cabelo e barba pretos, vestindo terno azul e camisa branca, durante entrevista ao Metrópoles em seu gabinete - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o prefeito Ricardo Nunes, homem branco, de cabelo e barba pretos, vestindo terno azul e camisa branca, durante entrevista ao Metrópoles em seu gabinete - Metrópoles - Foto: DANILO M. YOSHIOKA/METRÓPOLES

São Paulo — Encerrada a eleição municipal da capital, em que 12 partidos se uniram para eleger Ricardo Nunes (MDB), começou nesta semana a cobrança de retribuições pelo apoio à candidatura do prefeito, com disputas pelo controle de cargos em secretarias que administram o caixa bilionário do governo municipal.

PL, PSD, MDB, União, Podemos e Republicanos, as principais siglas que apoiaram Nunes, têm manifestado seus interesses, incluindo pastas como Saúde, Educação e Transportes, que, juntas, têm um orçamento superior a R$ 60 bilhões para o próximo ano.

Nunes, entretanto, já demonstrou insatisfação com esse movimento, segundo aliados. Embora concorde com a divisão de cargos entre os aliados como forma de retribuição pelo apoio recebido, o prefeito comunicou às lideranças partidárias que essas três pastas, as principais vitrines de sua gestão, serão comandadas por nomes de sua indicação.

O PL foi o primeiro partido a apontar sua secretaria preferida. Durante a festa da vitória nas eleições, no domingo passado (27/10), membros da sigla já sinalizavam a intenção de controlar a Secretaria de Educação. A pasta ficaria com a ala não bolsonarista do partido, sob a influência do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues e do presidente do partido, Valdemar Costa Neto.

O PSD, partido do secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab, ex-prefeito, reivindica o comando da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras. O MDB deseja indicar o titular da Secretaria da Saúde. O partido elegeu sete vereadores neste ano, incluindo três ex-tucanos que mudaram de sigla na janela partidária, em antecipação à possível candidatura de José Luiz Datena para concorrer contra Nunes.

O União Brasil, partido do atual presidente da Câmara, Milton Leite, busca manter o controle da Secretaria de Transportes, sob sua influência desde a gestão de João Doria (ex-PSDB), em 2017. É o único partido que, segundo aliados do prefeito, já tem um possível nome para o cargo: o vereador Ricardo Teixeira, ex-secretário da área.

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Nunes com Michel Temer, seu correligionário
Aliados de Nunes durante ato político
Nunes durante palestra na Federação Israelita de SP
Nunes em caminhada no Parque Santo Antônio, zona sul
Nunes durante palestra para procuradores do município
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Nunes, missionário Valdemiro Santiago e Tarcísio

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Nunes com Michel Temer, seu correligionário

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Aliados de Nunes durante ato político

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Nunes durante palestra na Federação Israelita de SP

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Nunes em caminhada no Parque Santo Antônio, zona sul

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Nunes durante palestra para procuradores do município

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Nunes falando a profissionais da Educação

Divulgação/Campanha Ricardo Nunes

Além de ser um nome leal a Leite, Teixeira, com sua nomeação, viabilizaria a entrada do vereador Adilson Amadeu na Câmara – que permaneceu como primeiro suplente do União após não conseguir ser reeleito pela quinta vez.

A escolha de Teixeira para a Secretaria de Transportes pode, no entanto, afetar a eleição da Mesa Diretora da Câmara, já que ele também é cotado para presidir a Casa no próximo ano. Segundo aliados do prefeito, a base trabalha com um nome alternativo, o vereador Sidney Cruz (MDB), para a secretaria, o que levaria o União a ter de optar por um dos dois cargos — a legenda também quer o controle da Câmara.

O Podemos, que elegeu seis vereadores, busca ampliar seu espaço para além da atual Secretaria Municipal de Esportes. Já o Republicanos, que controla a Secretaria de Habitação, quer manter sua influência, mesmo com a redução de sua bancada de quatro para dois assentos na Câmara.

Gerenciamento das demandas

Para lidar com as reivindicações, o prefeito designou seu secretário de Governo, Edson Aparecido, para articular com os partidos e tentar acomodar as solicitações.

Aparecido, secretário de Saúde durante a pandemia de Covid-19, é visto como braço direito de Nunes. Ex-tucano, filiou-se ao MDB em 2022 e manteve-se na prefeitura durante a campanha, realizando entregas de obras que Nunes não podia inaugurar, devido à proibição legal que impede candidatos de participarem de inaugurações durante o período eleitoral.

O secretário tem afirmado aos aliados que Nunes deseja nomes comprometidos com resultados concretos. Enquanto a primeira gestão, herdada de Bruno Covas, foi estruturada com foco na possibilidade de reeleição, a próxima terá a missão de cumprir promessas para que o prefeito deixe um legado, segundo um dos auxiliares.

Outro princípio de Nunes é transmitir uma mensagem de austeridade, o que pode resultar na fusão de secretarias e na redução de cargos de primeiro escalão. Até o momento, a criação de novas secretarias, sugerida pelo União Brasil, está descartada, de acordo com um aliado do prefeito.

A escolha dos novos secretários deve se estender ao longo de novembro, com os anúncios previstos para dezembro, próximo ao término do mandato atual.

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