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A cada 8 minutos, 1 criança ou adolescente é vítima de estupro no país

Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Unicef apontam que foram 63.430 estupros de crianças e adolescentes em 2023, 1 a cada 8 minutos

atualizado

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Elza Fiuza/Agência Brasil
Fotografia - silhueta - violência
1 de 1 Fotografia - silhueta - violência - Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

Recife — Levantamento realizado pela Unicef em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta terça-feira (13/8), mostra que uma criança ou adolescente foi vítima de estupro a cada oito minutos, em média, no Brasil. Foram registrados 63.430 casos em 2023, aumento de 17,7% em relação a 2022 — 53.906.

Foram reunidos dados das 27 unidades da federação, ao longo de três anos, quando foram registrados 164.199 estupros de crianças e adolescentes no total. Quase a metade dos casos (48,3%) diz respeito à faixa etária dos 10 aos 14 anos.

No geral, vítimas do sexo feminino são a maioria absoluta, representando 87,3% dos casos registrados.

Os dados mostram que há diferenciação entre quem é o responsável pelo crime a depender da faixa etária da vítima. Até os 9 anos, entre 84% e 86% dos crimes tem como autor alguém conhecido da vítima. Já em relação às meninas entre 15 e 19 anos, os autores desconhecidos chegam a 22%.

“Você pode ser vítima de estupro nas ruas, mas o que acontece no Brasil é a violência dentro de casa, por algum conhecido”, afirma a diretora-executiva do FBSP, Samira Bueno.

O Brasil tem uma taxa de 116,4 estupros contra quem tem até 19 anos para cada 100 mil na mesma faixa etária. Em 2021, foram 86 por 100 mil, o que evidencia o aumento no número de casos ao longo da série analisada.

No ano passado, a maior taxa de estupros por 100 mil habitantes de vítimas com até 19 anos foi registrada em Mato Grosso do Sul (275,1). Em São Paulo, esse indicador foi de 82,7.

No levantamento, Unicef e FBSP fazem a ressalva de que “estamos trabalhando com dados de registros que podem representar nem 10% do total de fatos que efetivamente ocorreram no país”.

“Isso é o que chegou a uma delegacia de polícia. A gente sabe que tem uma subnotificação elevada, até pelo fato de a vítima não ter condições de identificar como um tipo de violência”, afirma Samira.

A subnotificação pode, segundo os responsáveis, ser maior em relação a crianças e adolescentes negras, mais vulneráveis e sem a mesma rede de proteção que tem as brancas.

Entre as medidas sugeridas para o combate às diversas formas de violência contra crianças e adolescentes, Unicef e FBSP afirmam que é preciso melhorar os registros e investir no monitoramento dos casos. “A gente está ainda com números inaceitáveis de violência letal e sexual contra crianças e adolescentes”, afirma Ana Carolina Fonseca, oficial de proteção à criança do Unicef no Brasil.
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