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Palco do 1º de Maio em SP marcou luta de Boulos contra “Copa de Lula”

Lula e Boulos participarão de ato das centrais sindicais em frente ao estádio do Corinthians, onde ex-líder do MTST protestou há 10 anos

atualizado

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Ricardo Stuckert/Presidência da República
Foto colorida de Guilherme Boulos e Lula - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de Guilherme Boulos e Lula - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

São Paulo – Na noite do dia 4 de junho de 2014, o então coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, arrastou mais de 10 mil pessoas em uma longa caminhada pela Radial Leste, via que liga o centro de São Paulo à zona leste da capital, até as imediações do estádio do Corinthians, em Itaquera.

Aquela era a mais simbólica manifestação do grupo liderado por ele contra a Copa do Mundo no Brasil, cujo jogo de abertura ocorreria dali oito dias, na arena corintiana. “Não vai ter Copa”, exibiam os cartazes carregados pelos manifestantes vestidos de vermelho.

A escolha do país do futebol como sede do evento esportivo mais visto do planeta tinha sido definida sete anos antes pela Fifa, e foi celebrada como um título pelo então presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante uma cerimônia na Suíça, em outubro de 2007.

Mas o que era para ser apenas celebração, virou motivo de protestos pelo país com o passar dos anos, por causa do encarecimento das obras dos estádios. Com custo superior a R$ 1 bilhão e financiamento da Caixa articulado por Lula que até hoje não foi integralmente quitado, a arena do Corinthians era um exemplo disso. E Boulos, um dos maiores críticos da gastança.

Dez anos depois, Lula e Boulos, ambos corintianos, estarão juntos nesta quarta-feira (1º/5) em frente à Neo Química Arena, mais precisamente no estacionamento do estádio do Corinthians, para o ato do Dia do Trabalhador organizado pelas centrais sindicais.

Desta vez, os dois estarão com discurso bem afinado. Com o mesmo figurino de presidente da República de 2007, quando “conquistou” a Copa para o Brasil, Lula é o principal cabo eleitoral do hoje deputado federal Guilherme Boulos, que é o pré-candidato do PSol à Prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro deste ano.

O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apoio o emedebista, foram convidados pelas centrais sindicais, majoritariamente ligadas aos partidos de esquerda, mas decidiram não comparecer.

Apesar da “estreia” no reduto alvinegro, os dois já estiveram juntos no bairro de Itaquera, em dezembro do ano passado, quando Lula estreou no palanque de Boulos lançando as obras do programa Minha Casa, Minha Vida na ocupação conhecida como Copa do Povo.

O terreno foi ocupado pelo MTST em maio de 2014, em meio aos protestos liderados por Boulos contra as desapropriações na região para a construção da arena corintiana e os gastos públicos com os estádios. Ao todo, o governo prometeu investir R$ 573 milhões na construção de 2,6 mil apartamentos, um projeto que agora, dez anos depois, virou vitrine eleitoral do deputado, a “Copa de Boulos”.

“Por um Brasil mais justo”

O tema do ato organizado pelas centrais sindicais neste ano é “Por um Brasil mais justo” e, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Lula deverá ouvir cobranças pelo cumprimento de promessas de campanha, como a correção da tabela do Imposto de Renda, queda de juros e valorização de carreiras do serviço público.

O presidente deve destacar indicadores positivos de seu governo, como aumento da renda e a queda do desemprego no país, que fechou o primeiro trimestre deste ano em 7,9%, o menor nível para o período dos últimos 10 anos, desde 2014, segundo o IBGE.

Ao mesmo tempo, o governo Lula enfrenta uma série de embates em suas bases eleitorais: há universidades federais em greve, mobilização por reajuste salarial de uma série de categorias do funcionalismo e críticas por parte do Movimento dos Sem Terra (MST), que pressionam por mais celeridade na reforma agrária.

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