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“Vittinho do SUS” bomba na web com mensagem: “Não me chame de doutor”

Jovem publicou uma selfie no Twitter e acabou gerando uma discussão sobre a importância do Sistema Único de Saúde (SUS)

atualizado

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Reprodução/ Twitter
VITTINHO DO SUS
1 de 1 VITTINHO DO SUS - Foto: Reprodução/ Twitter

Por conta de uma selfie, o estudante Vittor Guidoni Marianelli, de 19 anos, acabou se tornando conhecido nacionalmente. A imagem, publicada em sua conta no Twitter, mostra o jovem de frente ao espelho usando uma camiseta com a estampa: “Sim, eu faço Medicina. Mas, por favor, não me chama de doutor. Me chame de Vittinho do SUS”.

Com quase 170 mil curtidas, a mensagem acabou gerando uma discussão sobre a importância social do Sistema Único de Saúde (SUS) e até mesmo do papel dos médicos na saúde pública. “Passei a enxergar a medicina pelo lado ‘social’ quando comecei a estudá-la, não porque antes acreditava de forma diferente, mas sim porque me faltava a compreensão necessária. Acredito que todos os cursos deveriam sempre ver o mundo por esse lado, uma vez que é exatamente disso que eles cuidam: de pessoas, que vivem, respiram e amam. E são essas pessoas que compõem a sociedade”, afirma Vittor.

Estudando na Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), em Governador Valadares (MG), ele não esperava tamanha repercussão. “Acho que existem bastantes motivos, seja pelo humor, pela ‘mensagem’, como dizem, ou até mesmo só para compartilhar. Mas isso cresceu de uma forma inimaginavelmente grande. Me pegou de surpresa com certeza, e ainda segue me surpreendendo”.

Medicina social

Vittor está no terceiro período de curso e ainda não definiu qual área pretende se especializar. Ainda que esteja apenas no início, ele já tem uma visão definida sobre o SUS. “É um programa fantástico e sua existência é, no mínimo, milagrosa. Tantas vezes ele passou por mudanças drásticas, e tantas vezes foi ameaçado e denegrido. O fato de que ainda existe é realmente uma surpresa, porém, uma das boas”, avalia.

Reprodução/ InstagramO universitário acredita que as limitações do programa, advindas em grande parte por questões burocráticas, falhas de administração e corrupção, ajudam a criar grande parte dos preconceitos de quem não acredita nele. “Porém, só porque as mãos por trás do SUS não o deixam florescer, não significa que o mesmo é ruim, muito menos desnecessário. Acredito que algum dia, quando estes problemas de corrupção e desvios forem, ao menos parcialmente, solucionados, teremos uma melhora enorme no serviço de saúde pública do Brasil. Mas a demora até a chegada desse dia me preocupa”, completa.

Vittor garante nunca ter sido aquela criança que tinha o jaleco branco como sonho. “Não foi sempre o único, muito menos o principal”, frisa. Ele afirma que sua grande motivação foi tentar ajudar a maior quantidade de pessoas possível. “Outros cursos também permitem isso, mas a Medicina, mesmo que ironicamente, é a mais prática de se obter. Dá pra cumprir esse sonho desde os primeiros semestres, até o fim de minha vida, e foi por isso que escolhi esse curso”. Quem não quer um médico assim durante a consulta, né?

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