Longe do Ipiranga e sem luxo, veja 7 mitos da Independência do Brasil
Há uma série de equívocos em relação à famosa cena da proclamação da independência de Dom Pedro I. Confira alguns mitos que circundam o tema
atualizado
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Ao pensar na Independência do Brasil, a figura imponente de Dom Pedro I às margens do Ipiranga, montado em um cavalo alazão e cercado por uma enorme comitiva parece vir, instantaneamente, à cabeça dos brasileiros. Isso graças ao icônico quadro que eternizou o momento histórico do país: “O Grito do Ipiranga”, de Pedro Américo.
Porém, a obra, encomendada por Dom Pedro II, quando os ideais republicanos já ameaçavam a monarquia brasileira, apresenta uma série de equívocos em relação à proclamação. A cena real era sem glamour e bem mais bucólica do que a retratada pelo pintor.
O Metrópoles listou abaixo alguns mitos e curiosidades deste episódio marcante na história do Brasil. Confira!
Grito longe do Ipiranga
Ao contrário do que sugere o quadro de Pedro Américo e a letra do Hino Nacional, o brado dado por Dom Pedro I não ocorreu às marges do riacho Ipiranga. Na verdade, o príncipe proclamou a Independência do alto de uma colina que ficava próxima ao riacho.
Independência com dor de barriga
Apesar de ter entrado para a história como um momento célebre de extrema bravura, a proclamação da independência foi bem bucólica e prosaica, “mais brasileira e menos épica”, como narra Laurentino Gomes, no livro “1808”. Segundo a obra, Dom Pedro estava sentindo um súbito mal-estar intestinal devido a algum alimento estragado que havia comido pouco antes no litoral paulista.
Proclamação em cima de uma mula
Dom Pedro não montava um cavalo alazão durante a proclamação da independência, e sim uma mula. Na época, era comum usar animais de carga para fazer grandes viagens, como o trajeto para Serra do Mar.
Vestimenta nada glamorosa
Outro detalhe que não passa de imaginação é o uniforme luxuoso utilizado por Dom Pedro durante o grito da independência. Historiadores afirmam que, na verdade, a vestimenta usada pelo regente no momento era bem mais rústica, como a de um simples tropeiro.
Comitiva pequena
A comitiva do príncipe não era tão grandiosa como se imagina — a estimativa é de que ela era composta de, no máximo, 14 pessoas.
Dragões da independência
A guarda de honra, que faz um semicírculo ao redor de Dom Pedro no quadro de Américo, não existia na época. Isso porque a obra só foi ser produzida 66 anos depois da proclamação.
Dia 7 de setembro nem sempre foi o dia da independência
É um mito dizer que a independência do Brasil sempre foi celebrada no mês de setembro. Em 1822, a grande discussão era se o marco deveria ser comemorado em 7 de setembro, 12 de outubro (dia da aclamação de Dom Pedro I) ou 1º de dezembro (dia da coroação de Dom Pedro I). A data festiva só foi de fato ser estabelecida no segundo reinado, com o objetivo de ressaltar o poder monárquico e reforçar a centralidade de Pedro II.