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Doenças da pobreza não são negligenciadas pelo Enem

Patologias são um importante assunto nas provas objetivas de ciências da natureza

atualizado

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pobreza
1 de 1 pobreza - Foto: Arquivo/Agência Brasil

Apesar de a incidência das chamadas doenças negligenciadas apresentar índices decrescentes no país, o Brasil ainda convive com número significativo de casos dessas enfermidades. As doenças da pobreza são as causadas por algum tipo de exclusão social. Saneamento básico, moradia, alimentação, renda e educação são alguns dos determinantes sociais de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) se refere às doenças da pobreza como “doenças infecciosas da pobreza”. Na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), elas podem ser classificadas como “doenças tropicais” ou como “doenças negligenciadas”.

Historicamente, patologias são um importante assunto nas provas objetivas de ciências da natureza no Enem. Na verdade, questões sobre diferentes doenças caem não só no Enem, mas também em importantes vestibulares nacionais. Vale recordar que uma das apostas para o tema de redação Enem 2019 era o que tratava da volta de doenças já erradicadas no país, como o sarampo.

Para as provas desse próximo domingo (10/11/2019), deve-se estudar o funcionamento dos agentes patológicos dessas doenças e as formas de prevenção e de combate. Sem deixar de lado a importância do controle social das doenças da pobreza.

Vale ressaltar que para enfrentar essas questões pressupõe a mobilização não só da sociedade civil, como também de órgãos e instituições de pesquisa e governamentais. A atual situação exige um esforço nacional. Outra possível abordagem pode ser a do “movimento antivacina” que contribui para trazer de volta doenças já controladas.

Lembre-se de que as questões objetivas das provas do Enem privilegiam a solução de uma situação-problema de relevância nacional. Sendo assim, revise as políticas públicas, já existentes, de combate à miséria e faça, ainda, um resumo dos seguintes tópicos de cada uma dessas doenças:

  • Agente etiológico e descrição;
  • Formas de transmissão;
  • Área endêmica e população de risco;
  • Nomenclatura popular (caso exista);
  • Fisiopatologia;
  • Sintomatologia;
  • Ciclo biológico;
  • Profilaxia e Tratamento.

Convidei o professor de biologia, Paulo Correia, para ilustrar como ficaria o resumo sobre ancilostomose. Observe:

Agente etiológico e descrição
Anciolostoma duodenale ou Necator americanus (mais comum no Brasil) – helmintos parasitas do filo nematoda.

Formas de transmissão
Principalmente a partir do contato direto com as larvas do parasita presentes nas fezes contaminadas que penetram ativamente a pele. No entanto, pode ocorrer transmissão passiva a partir da ingestão das larvas.

Área endêmica e população de risco
Regiões com climas tropicais, em áreas com baixas taxas de saneamento básico, comumente rurais, onde há o hábito de caminhar descalço. População-alvo são as crianças, pelo risco de infecções mais graves e atrasos no neurodesenvolvimento e idosos.

Nomenclatura popular (caso exista)
Amarelão

Fisiopatologia
As larvas rabditoides (L1 e L2), ao entrarem em contato com a pele humana, realizam a penetração ativa através da pele, alcançando a circulação linfática e sanguínea e migrando até o coração e pulmões, onde realizarão o ciclo de Loss. No pulmão, as larvas realizam mudanças (eclises) e transformam-se em larvas filarioides (L3). Essas larvas migram em direção à faringe (processo estimulado pela tosse), alcançando o esôfago, o estômago (protegendo-se dos ácidos estomacais a partir da presença de uma cutícula resistente) e se deslocam em direção ao duodeno, onde se alojam, fixando-se na parede a partir da boca, e se reproduzem.

Sintomatologia
Os principais sintomas da doença incluem:
– Pele com eritema (avermelhamento) e prurido (coceira) no local de penetração das larvas;
– Diarreia ou constipação;
– Cólica;
– Náusea e vômitos;
– Inapetência (perda de apetite);

Em quadros mais graves, a doença pode progredir com:
– Icterícia (amarelamento da pele e mucosas);
– Anemia (baixa de hemácias);
– Desnutrição;
– Déficit no desenvolvimento neurológico em crianças.

Ciclo biológico
O ciclo biológico consiste na liberação de ovos a partir das fezes de indivíduos infectados, seguido da eclosão desses ovos em ambientes quentes e úmidos, gerando larvas rabditoides que penetram na pele, se desenvolvem no intestino, onde ocorre a reprodução sexuada, e originam novos ovos que reiniciam o ciclo.

Profilaxia
A prevenção da doença ocorre principalmente a partir do saneamento básico. No entanto, como medidas profiláticas mais rapidamente implantáveis pode-se citar a educação da população para que não elimine fezes no solo e utilize sempre sapatos fechados.

Tratamento
O tratamento consiste primordialmente na utilização de anti-helminticos para matar os parasitas (Albendazol).

Agora, que você tem um modelo de resumo e os tópicos mais importantes para a sua pesquisa, segue uma relação das principais doenças que devem ser revisadas: Aids, amebíase, ancilostomíase, ascaridíase, botulismo, caxumba, cisticercose, coqueluche, dengue, difteria, doença de Chagas, elefantíase, esquistossomose, febre amarela, gonorreia, hepatite infecciosa, leishmaniose, malária, meningite, poliomielite, raiva, sarampo, sífilis, teníase, tétano, tifo, tuberculose e varíola.

Bom trabalho e boa prova!

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