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O resgate da fase de grupos da Liga dos Campeões

A lista dos 16 classificados para as oitavas tem uma inédita concentração de representantes apenas entre as cinco principais ligas

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Alessandro Sabattini/Getty Images
FC Internazionale v FC Barcelona: Group F – UEFA Champions League
1 de 1 FC Internazionale v FC Barcelona: Group F – UEFA Champions League - Foto: Alessandro Sabattini/Getty Images

O retrato da primeira metade da temporada 2019/20 da Liga dos Campeões traz diferentes análises e linhas de raciocínio. A lista dos 16 classificados para as oitavas tem uma inédita concentração de representantes apenas entre as cinco principais ligas do continente.

Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França. Todos os participantes vivos no mata-mata saem dos campeonatos mais fortes e ricos da Europa. Em tese, um prato cheio para alimentar o discurso de que as ligas periféricas já não são capazes de competir com o poder econômico das gigantes.

Só que um olhar mais atento para os jogos mostra um momento bastante diferente. Enquanto a maior parte da década mostrou um abismo entre as potências e os azarões, o ano de 2019 marcou a volta do equilíbrio no principal torneio de clubes do planeta.

Barcelona, Bayern e Real Madrid dominaram a década. Durante vários anos seguidos, qualquer lista de favoritos ao título da Champions começava com o trio, independentemente da ordem. Geralmente, Juventus e Atlético de Madrid vinham na sequência. E, de fato, o mata-mata não tinha grandes imprevistos em uma era dominada pelos brilhos de Messi, Cristiano Ronaldo, Robben ou Ribéry.

A previsibilidade diminuiu o desafio competitivo da fase de grupos, que acabou virando apenas uma arrastada etapa a ser cumprida pelos favoritos, aguardando o esperado momento seguinte, em que o torneio começava para valer. O aproveitamento implacável distanciou a elite dos demais, gerando uma sensação de impotência para qualquer “pequeno” que ousasse cruzar o caminho dos favoritos.

Com as diferentes transformações sofridas por Real Madrid, Bayern e Barcelona, o último ano apresentou um cenário diferente. O mata-mata da Champions viu seu desenrolar mais emocionante, competitivo e imprevisível dos últimos tempos, com grandes confrontos e histórias. O empolgante Ajax, o surpreendente Tottenham… personagens que marcaram uma edição que não teve grandes favoritos desde o sorteio das oitavas.

A temporada 2019/20 começou e, com ela, a fase de grupos apresentou algumas gratas surpresas. A competitividade do Slavia Praga, a consolidação do Red Bull Salzburg, a dramática reviravolta da Atalanta, o equilíbrio no grupo de Zenit e Benfica… Alguns dos coadjuvantes que protagonizaram bons jogos e momentos.

A realidade é que o olhar isolado para os 16 classificados tende a ignorar diversos acontecimentos relevantes. Sim, todos eles são das cinco principais ligas da Europa. Mas algumas lembranças são válidas para valorizar o caminho até lá:

O Club Brugge empatou com o Real Madrid no Santiago Bernabéu (e esteve muito perto da vitória), o Red Bull Salzburg ameaçou a classificação do Liverpool em dois jogaços, o Dinamo Zagreb conseguiu sua maior pontuação em uma edição no atual século, o Olympiacos segurou o Tottenham na Grécia, o Shakhtar Donetsk empatou com o Manchester City na Inglaterra, o Slavia Praga deu trabalho para os três gigantes no grupo que tinha Barcelona, Inter de Milão e Borussia Dortmund, e o Ajax, embora eliminado precocemente, fez 3×0 na casa do Valencia e 4×4 em Londres contra o Chelsea.

Talvez seja um momento diferente do futebol europeu. Hoje, não há um favorito destacado ao título do continente. Na realidade, o equilíbrio é a grande marca para as projeções dos confrontos que serão sorteados na próxima segunda-feira (16/12/2019). O cenário de maior distribuição de possibilidades lembra a década anterior, quando havia maior alternância de forças. Ou até mesmo a época em que o regulamento previa uma segunda fase de grupos, sempre recheada de grandes duelos.

É claro que o panorama sempre pode mudar até o início das oitavas, apenas em fevereiro de 2020. Mas a sensação recente é de um achatamento das distâncias dentro da Champions League. Talvez os mais fortes não estejam tão avassaladores e implacáveis, enquanto os menores estão encontrando maneiras de reduzir distâncias e competir. O resultado é uma considerável valorização da fase de grupos, além da expectativa por ótimos jogos no mata-mata que está por vir.

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