A gigante vantagem do Liverpool na Premier League
A maratona de dezembro era mais um grande desafio para a equipe de Klopp. E o time não deixou pontos pelo caminho
atualizado
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Quase metade do campeonato se foi e o Liverpool mantém a invencibilidade. E mais: o aproveitamento segue perto da perfeição, com 17 vitórias e apenas o empate contra o Manchester United em Old Trafford.
A maratona de dezembro era mais um grande desafio para a equipe de Klopp. O calendário apertado obrigaria a rodar um elenco curto e a superar as eventuais lesões que aparecessem – e apareceram, como as de Fabinho, Lovren, Matip e Wijnaldum. Como manter a toada diante de tantos jogos e competições?
A verdade é que o Liverpool atravessou o desafio sem grandes traumas ou problemas. Garantiu a vaga nas oitavas da Champions, não deixou pontos pelo caminho na Premier League e ainda conquistou o Mundial de clubes no Catar. O contratempo foi a eliminação na Copa da Liga, algo já esperado a partir do momento em que o inviável calendário obrigou a comissão técnica a escalar um time formado por garotos da base.
Intensidade é a grande marca do trabalho de Jurgen Klopp. Mas o trabalho vai muito além. Passa pelo desenvolvimento individual de inúmeras peças, pelo nível de confiança atingido e pelo repertório coletivo. Com o passar do tempo, a equipe mudou a forma de abordar as partidas, variando seu ritmo em função de cada contexto específico, tentando manter o controle sem depender do máximo desgaste o tempo todo.
A versão 2018/19 foi diferente da 2017/18. E a 2019/20 também apresenta variações e evoluções de um processo que acompanha o tempo de trabalho. O ano de 2019 do Liverpool mostrou novas características. A ocupação do campo de ataque, a força da bola parada, os lançamentos em profundidade e a capacidade de criação a partir do pé direito de Trent Alexander-Arnold… Elementos que se tornaram fundamentais para explicar um time que nem sempre jogou bem, mas poucas vezes perdeu o controle das partidas, embora tenha sido vazado em muitos dos confrontos.
Parece até contraditório. O Liverpool toma gols e cede chances em quase todos os duelos. Ainda assim, a sensação de controle é constante, assim como a de que o gol da vitória sairá em algum momento. Não por acaso, a equipe lidera em gols marcados nos minutos finais das partidas.
Outra característica marcante é o começo forte de cada tempo. E a duração do período de ritmo mais alto varia de jogo para jogo. Contra o Leicester, no esperado confronto do Boxing Day, o ritmo não caiu durante todo o primeiro tempo. Provavelmente por isso, a superioridade foi impressionante. O Liverpool não deu chances ao vice-líder do campeonato, dominou e teve grande volume ofensivo. A goleada viria apenas no segundo tempo, já quando o controle nem era o maior, mas reforçou o nível atingido.
O Liverpool termina 2019 como líder isolado da Premier League. A vantagem é muito maior do que qualquer projeção indicaria. Com 52 pontos conquistados de 54 possíveis em uma liga tão exigente do ponto de vista físico e técnico, a campanha é muito fora da curva. Ainda falta muito campeonato para começar a cogitar a possibilidade de um título invicto, mas a taça já parece muito provável. E não é qualquer taça. É um troféu que o clube não conquista desde 1990. E que certamente nunca esteve tão pronto ou forte para erguer novamente.