metropoles.com

Assuma as rédeas da própria vida. Não se “desautorize”

Permitir-se viver bem é um dever tão primordial quanto respirar. Só assim nos tornamos capazes de construir nossos próprios caminhos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
freedom
1 de 1 freedom - Foto: null

Basicamente, três prerrogativas conduzem nossa vida: o que quero, o que devo e o que posso fazer. Nem sempre se conjugam harmonicamente, devido a diversos fatores. O querer, às vezes, não é adequado, ou não corresponde ao exigido para o momento.

Muitas vezes, no entanto, está tudo certo. Mesmo assim, não conseguimos seguir adiante. Surge um interdito: somos desautorizados à realização dos propósitos. Ou, mesmo que o embargo não seja tão claro, não nos sentimos devidamente autorizados. E emperramos no trajeto.

Tal autorização não é um simples “eu pago minhas contas”. Vai além, remonta a questões primordiais do desenvolvimento da personalidade. Se refere à forma como somos vistos e, também, à forma como aprendemos a nos ver.

Na prática clínica, presencio diversas formas de desautorização em meus clientes: pessoas competentes indisponíveis à prosperidade, pessoas interessantes com inseguranças tremendas para empreender relacionamentos e pessoas saudáveis com fantasmas inexplicáveis de adoecimentos.

Grande parte dos roteiros seguidos foram escritos por outras pessoas. Ora repetem histórias, ora tentam compensar frustrações de terceiros. A principal desautorização sofrida é a de viver a própria vida com as particularidades que ela tem.

Em casos mais graves, alguns não se sentem habilitados para definir o que querem, quem são e o que lhes faz bem. É grave e triste, pois são indivíduos com oportunidades verdadeiras de conquistas.

Desautorizados, sentimo-nos impotentes. Nossos recursos se tornam inviáveis ou nulos. As tentativas de realização, quando não frustradas pelo boicote, virão atreladas à culpa, à sensação de estarmos traindo algo. E estamos: as figuras a quem projetamos autoridade, a quem decide meus passos.

Entre os mais jovens, a queixa costuma ser projetada com mais facilidade em agentes externos. É o mundo o responsável pela ausência de ganhos. Para quem já possui certa experiência, o sofrimento é duplicado: por aquilo que não realizaram e por se sentirem atados de forma tola.

James Hollis fala que a metanoia (crise existencial da meia-idade) tem como tarefa principal recuperar a autoridade pessoal subtraída ao longo da vida. É um chamado ao comprometimento com a verdade mais profunda do indivíduo, com o propósito que fará de si alguém único e memorável.

É nessa fase que muitos percebem ser inútil esperar por autorizações externas. Não serão mais os pais, cônjuges ou a sociedade que deverão carimbar o passaporte. O tempo já atua como o grande cobrador de impostos, sempre em vigília.

Autorizar-se a viver bem é um dever tão primordial como respirar. Substitui, saudavelmente, a melancolia (e suas filhas primorosas: queixa, frustração e amargura) pela sensação de êxito: somos capazes de construir o nosso próprio caminho.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?