metropoles.com

Aprender a ressignificar é a chave do autoconhecimento

À medida que amadurecemos, amolecemos os velhos conceitos e mudamos as prioridades

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
cheering young woman hiker open arms on mountain top
1 de 1 cheering young woman hiker open arms on mountain top - Foto: iStock

Uma coisa é identificar nossos defeitos. Outra é identificar-nos com eles. Vai da aparência às questões mais profundas da existência: quando nos observamos, percebemos algo a ser melhorado. E é verdade. Mas nem sempre há como, pois uma série de fatores vão além das contingências da vida.

E este torna-se o grande argumento para nos afeiçoarmos sombriamente as nossas máculas. Valoramos a ponto de encobrir os aspectos mais proveitosos. Tornamo-nos reclamões e, consequentemente, injustos.

Enxergamos e validamos a realidade a partir de lentes, que se constroem ao longo da vida. As primeiras (e quase sempre predominantes) foram herdadas da nossa criação.

A capacidade de interpretar quase sempre é resultado da forma como nos situamos (ou fomos situados) no mundo. E isso é resultado dos olhares que nos conduziram, especialmente na infância.

Nesta fase, somos como argila crua, com facilidade enorme para guardar as formas que forem moldadas. Daí vem o tempo e seca, cristalizando conceitos e formas de reagir.

 

Seríamos então condenados a corresponder àquilo impresso na infância? Não. A maleabilidade da argila está preservada, até que ela seja novamente molhada com novos afetos. Muitas vezes, estabelecidos por relações com o outro.

A diferença é que, agora, temos a chance de moldarmos as formas mais adequadamente aos nossos sentimentos. Podemos inclusive dar mais têmpera, evitando o enrijecimento nocivo e propiciando maior adaptabilidade.

Entretanto, muitos não conseguem encarregar-se dessa tarefa. Em vez de buscarem reparar marcas do passado, dedicam-se à comparação – o grande mal no desenvolvimento da alma.

Aprendemos a viver a partir das referências. Mas, quando elas embotam nossa capacidade de percebermos e aprimorarmos aquilo que nos torna únicos, nunca chegaremos a cumprir o verdadeiro propósito da alma.

 

Jung chamou essa jornada de processo de individuação. Ou seja, o trabalho que empreendo para realizar a minha verdade mais pura, me transforma em um ser único e incomparável.

Focar-se no defeito aponta para uma dificuldade de interpretarmos nosso universo de forma múltipla. Afinal, nada pode ser visto como algo exclusivamente bom ou ruim – tudo é uma questão de perspectiva e habilidade para adequação.

Nisso, novamente, o tempo é o maior professor. À medida que amadurecemos, percebemos as prioridades transformando-se com a experiência. Aprendemos a ressignificar, a encontrar novas possibilidades para o mesmo – amolecemos os velhos conceitos para torná-los mais dinâmicos e úteis.

Nessa jornada, percebemos que o rechaçado pode ser o caminho de saciedade da angústia.

Esta é a chave do autoconhecimento: identificar aquilo que revela nosso eu mais genuíno para contribuirmos da melhor forma com o mundo que nos abraça.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?