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Post tira de contexto fala de ministra da Saúde sobre vacina da mpox

Vídeo publicado no TikTok engana ao comparar a não obrigatoriedade da vacina contra a mpox com a exigência de imunização contra a Covid

atualizado

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Esta checagem foi realizada por jornalistas que integram o Projeto Comprova, criado para combater a desinformação, do qual o Metrópoles faz parte. Leia mais sobre essa parceria aqui.

Conteúdo investigado: Uma imagem publicada no TikTok mostra o momento em que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, concedia entrevista ao programa Live CNN. A chamada da reportagem é “Mpox – Ministra: “Não há recomendação de vacinação em massa”. Sobre a captura, o autor do post escreve “Agora não é mais obrigatória a vacina? Mas perseguiram tanto o Bolsonaro por ter falado isso. Narrativa esquerdopata que fala, né?”

Onde foi publicado: TikTok.

Conclusão do Comprova: A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não comentou sobre a vacinação contra a covid-19 durante a entrevista que concedeu à CNN, no dia 21 de agosto. A pauta da conversa de pouco mais de seis minutos foi, na verdade, a mpox. Na ocasião, Nísia informou que no momento não há recomendação de vacinação em massa contra a doença.

Na imagem é possível ver o nome “mpox” no texto fixado na tela pela emissora. A palavra aparece escrita em branco sobre um fundo vermelho. Abaixo, está a afirmação da ministra: “Não há recomendação de vacinação em massa”. Ela se referiu à mpox, portanto, e não à Covid-19. Trindade argumentou, durante a entrevista, que não há indicação de imunização em larga escala porque a transmissão da mpox é através de contato e não uma transmissão de ampla difusão.

A ministra explicou que até aquela data havia a confirmação de 700 pessoas infectadas pelo vírus mpox e que desenvolveram a doença. Ela afirmou, ainda, que não há nenhum registro, no Brasil, da cepa 1B, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a mais perigosa. Segundo Nísia, o Ministério da Saúde negocia a aquisição de 25 mil doses com a Organização Panamericana de Saúde (Opas).

Na sequência, ela adiantou que os Ministérios da Saúde e da Tecnologia e Inovação estão trabalhando juntos para o desenvolvimento de uma vacina contra a mpox, que ainda está em fase de estudos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Devido ao tempo de desenvolvimento da vacina, ela não pode ser disponibilizada para os casos atuais. A ministra reconheceu a importância do imunizante, assim como estratégicas como a “biblioteca de vacinas”, que visa antecipar respostas a futuras ameaças à saúde pública.

O autor da publicação enganosa foi contatado, mas não respondeu.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 23 de agosto, o vídeo no TikTok acumulava 35,2 mil visualizações, 1.359 curtidas, 226 compartilhamentos e 78 comentários.

Fontes que consultamos: Utilizamos a busca reversa de imagens e encontramos uma publicação da CNN no X, com um corte da entrevista. Na sequência buscamos os termos “CNN, ministra da Saúde, mpox” no Google e localizamos o vídeo publicado no canal da emissora no YouTube. O site do Ministério da Saúde também foi consultado para levantar informações sobre a mpox e a Covid-19.

Mpox

A doença entrou em discussão porque no dia 14 de agosto a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). O Ministério da Saúde explicou que “o alerta é feito para criar uma resposta internacional coordenada e colaborativa para lidar com a doença e não significa que necessariamente ocorrerá uma nova pandemia”.

O site do Ministério da Saúde informa que a principal forma de contágio da doença ocorre por meio de “exposição próxima e prolongada (abraços, beijos, relação sexual), quando existem lesões na pele, tais como erupções cutâneas, crostas, feridas e bolhas, ou fluidos corporais (como secreções e sangue) em uma pessoa infectada”.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já desmentiu boatos sobre a vacinação contra covid-19 em uma postagem que desinformou ao dizer que pesquisadores descobriram relação entre vacina e covid longa. E também publicou um Comprova Explica sobre a mpox.

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