Sabin já beneficiou quase um milhão de pessoas por meio de Instituto
Além disso, a organização apoia entidades sociais como o Abrigo Sagrada Face, que acolhe crianças e jovens em situação de vulnerabilidade
atualizado
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É possível que uma empresa privada prospere financeiramente, devolvendo parte do lucro à comunidade? Para as sócias-fundadoras do Sabin Medicina Diagnóstica, Janete Vaz e Sandra Soares Costa, sim. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) criada por elas, o Instituto Sabin, completa 13 anos com muitos motivos para comemorar: até o fim do ano, serão R$ 28,5 milhões investidos, mais de 630 mil cortesias de exames disponibilizadas e quase um milhão de pessoas beneficiadas.
Criada em 2005, a organização sem fins lucrativos é responsável pela gestão social nos 12 estados onde a empresa — que nasceu no Distrito Federal — atua. Janete Vaz conta que a ideia surgiu no início dos anos 2000. “Já investíamos em iniciativas sociais. Mas, com o tempo, o crescimento dos investimentos passaram a demandar uma coordenação e equipe própria”, explica.
Segundo Sandra Soares Costa, o trabalho da instituição conta com três grandes eixos: saúde, esporte e inovação social. As atividades compreendem desde o estímulo à adoção de hábitos de vida saudáveis dos próprios colaboradores até o apoio a projetos de assistência social. “Investir nessa área, além de possível, é uma necessidade dos tempos atuais. Afinal, a sociedade espera que as empresas também atuem de forma positiva em prol de questões sociais, ambientais e cidadãs”, destaca.Até o ano passado, o Instituto Sabin atendeu 120 entidades, patrocinou 15 atletas, inaugurou 22 academias de ginástica ao ar livre e 82 ludotecas. Para 2018, o orçamento previsto para a organização é de R$ 5,5 milhões.
De acordo com o gestor do Instituto, Fábio Deboni, uma das principais ações é o Projeto Ludotecas, que já impactou mais de 30 mil pessoas no DF, Minas Gerais, Goiás, Pará, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Criada em 2008, a iniciativa cria espaços infantis com jogos e recursos pedagógicos em fóruns de tribunais, hospitais regionais e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas).
Esses ambientes são utilizados por psicólogos, assistentes sociais e outros especialistas para acolher crianças e adolescentes que sofreram algum tipo de violência. “O espaço lúdico permite que elas se expressem de uma forma que talvez não conseguissem em outras situações”, ressalta Fábio Deboni.
Outra ação que merece destaque são os mutirões de saúde, realizados a cada 15 dias em creches, abrigos e entidades sociais localizadas em regiões de vulnerabilidade social. Segundo ele, as equipes que fazem a coleta e a análise de exames são formadas por funcionários que se voluntariam para prestar serviços nesses locais. “Para estimular o voluntariado, a empresa cede parte da carga horária mensal para o trabalho”.
É uma forma de devolver à comunidade parte daquilo que recebemos.
Fábio Deboni, gestor do Instituto Sabin
Mutirão de vida
No próximo dia 8 de fevereiro, o Abrigo Sagrada Face de Cristo, em Luziânia (GO), cidade localizada no Entorno do DF, receberá mais uma edição do mutirão. A associação, fundada há 20 anos, acolhe crianças e adolescentes encaminhados pela Vara da Infância e da Juventude. Sem fins lucrativos, a instituição é uma das 18 apoiados pelo Sabin na região de Brasília e Entorno.
Vitória Fernandes, de 18 anos, será uma das beneficiadas pela visita. É graças às parcerias firmadas e aos associados (doadores) do abrigo, que, desde os cinco anos, a estudante tem acesso à educação, saúde e lazer. No local, a jovem recebe muito mais do que os direitos básicos: é cercada de muito amor e carinho.
Vitória vem de uma família de oito irmãos. Apenas um, Pedro, de 14 anos, mora no abrigo. Os demais vivem em locais diferentes. “Mantenho contato com todos os meus irmãos biológicos. Mas aqui dentro todos são meus irmãos também”, diz a estudante, que está concluindo o Ensino Médio e faz cursos de capacitação profissional no Senac-DF, por meio do Programa ViraVida. Para o futuro, ela planeja se formar em Psicologia.
O Sagrada Face é uma casa como outra qualquer. Aqui eu tenho um pai, o Paulo (diretor da instituição), tias, mãe e irmãos. Me considero uma pessoa feliz.
Vitória Fernandes, estudante
De acordo com o diretor-presidente da instituição, Paulo Roberto Pereira, 90% dos acolhidos que deixaram o abrigo após completar a maioridade estão inseridos no mercado de trabalho. “Atualmente, temos 19 jovens, com idades que variam entre 5 e 17 anos. Todos estão no Cadastro Nacional de Adoção”.
Quem não é adotado recebe uma preparação para seguir a vida de forma independente, como verdadeiros protagonistas. “Mesmo depois que eles saem, continuamos acompanhando cada um”, acrescenta o diretor.
Além da ajuda do Instituto Sabin, o Abrigo Sagrada Face de Jesus é mantido por meio de doações de pessoas físicas. Ele está aberto aos fins de semana para receber voluntários, mas é preciso agendar horário pelo telefone (61) 3623-2767.