Gripe ou resfriado? Veja quais os perigos da automedicação
Hábito é comum entre 70% da população brasileira, mas complicações podem ir desde o prolongamento do quadro até lesões em órgãos
atualizado
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A noite chega e, com ela, uma sequência de espirros. No dia seguinte, você acorda com o corpo dolorido e o nariz escorrendo. Ao sair de casa, passa logo na farmácia e compra um antigripal. Se você se identificou com essa cena, significa que faz parte dos 72% da população brasileira que se automedica, segundo levantamento realizado pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ).
A nutricionista Clécia Louro da Penha, de 34 anos, se inclui na estatística. Quando sente que está adoecendo, não pensa duas vezes. “Começa um resfriado e já me entupo de antigripal. Porém, uns três dias depois acabo indo ao hospital”, conta.
Com o inverno chegando — início em 21 de junho —, muita gente se vê na mesma situação. No entanto, a otorrinolaringologista Maria Cristiane Guimarães Sonoda chama a atenção para os riscos associados à automedicação, mesmo em casos considerados simples, como gripes e resfriados. “Os antigripais, às vezes, mascaram a gravidade de uma doença ou até pioram alguns dos sintomas”, afirma.
Gripe x resfriado
Ambas as doenças são causadas por vírus que atacam as vias aéreas, porém, os tipos são diferentes. A gripe é causada pelos vírus do grupo influenza, que são mutagênicos. Ou seja, a cada ano, novos tipos circulam entre a população. Já os resfriados são causados por outros vírus. Os mais comuns são o rinovírus e o coronavírus.
Os sintomas são basicamente os mesmos (tosse, espirros, congestão nasal, coriza, febre, dor no corpo e na garganta), só que muito mais acentuados e prolongados na gripe. “É um quadro que debilita muito mais o paciente. Além disso, ela pode causar o comprometimento de outros sítios da árvore respiratória, como brônquios e traqueia”, destaca a doutora Cristiane Guimarães.
Quando procurar o médico?
Na avaliação da otorrinolaringologista, o ideal é procurar um médico logo no início dos sintomas para o tratamento adequado e prevenir complicações. O paciente também deve retornar caso os sintomas persistam por mais de sete dias ou se intensifiquem. “Se houver febre com alta temperatura, por volta de 39ºC, ou dificuldade para respirar, também deve ir imediatamente”, recomenda.
Aos primeiros sintomas, a recomendação da médica é que o paciente procure repousar, se hidratar e usar soro para lavar o nariz. “Com a gripe, o batimento ciliar das narinas pode ficar debilitado, por isso o soro ajuda”, explica.
Sobre os medicamentos que podem ser utilizados nessas situações sem prescrição, ela sugere apenas analgésicos e antitérmicos.
Prevenção
Os casos costumam aumentar neste período do ano devido ao frio, a época cria condições para que o vírus se propague mais facilmente. Isso porque, no inverno, é comum passarmos mais tempo em ambientes fechados, com maior aglomerações de pessoas. Além disso, a seca característica do Distrito Federal contribui para a diminuição dos fluídos nas vias respiratórias.
Para se prevenir, os médicos recomendam uma alimentação saudável, ingerir bastante água e dormir bem. No dia a dia, é importante levar a mão à boca quando for tossir ou espirrar e, claro, não esquecer de lavá-las para evitar que o vírus se propague. Na falta de água, o álcool em gel pode ser uma boa solução.
Sobre a vacinação contra a gripe, Cristiane alerta que é indispensável para as pessoas que fazem parte de grupos de risco, como crianças de 6 meses a 5 anos, idosos, gestantes, portadores de doenças crônicas ou de condições clínicas especiais. Além disso, chama a atenção para o período de imunização. “O ideal é vacinar no início do ano, quando ainda não tem aquela cepa do vírus. Quando você deixa para vacinar em junho, ela não é tão eficaz”.
Centro de Otorrinolaringologia – Ceol
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