É primavera em Portugal. Mas cadê as flores?
Na prática, as árvores floridas ainda não apareceram e o frio do inverno continua. Pelo menos, os dias estão mais longos
atualizado
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Finalmente, a primavera chegou em Portugal. Para um brasileiro que está acostumado com o inverno seco e ensolarado de Brasília, com os dias quentes e as noites frias, o primeiro inverno português não foi fácil. E olha que não sou dos mais friorentos. Mas não aguentava mais ver as bermudas e os chinelos mofando no armário.
Hora de começar a pensar em guardar as roupas de inverno e pegar as roupas mais leves. Pois o português faz assim mesmo. Como não há muito espaço nos armários, ele dá um jeito de armazenar as roupas da estação que está terminando e colocar as roupas mais leves nos cabides.
Para se ter uma ideia da presença da chuva no cotidiano português, galochas são item do material escolar das crianças e, a qualquer lugar que se vai, um providencial porta chapéu-de-chuva faz parte do mobiliário. Uma coisa que aprendi em relação ao clima é que os dias chuvosos não são tão frios assim. Aqueles dias lindos de céu sem nuvens é que costumam enganar. Então, princípio básico: antes de sair de casa, sempre olhar a previsão do tempo no aplicativo do celular.
Pois a primavera chegou e, tirando as campanhas de moda primavera-verão, já nas ruas, na prática os dias continuam frios e aquelas imagens de modelos de braços e pernas de fora ainda não fazem muito sentido. Nesta semana em que lhes escrevo, as temperaturas mínimas vão oscilar em torno dos 11 graus e as máximas por volta de 16 graus, na região de Lisboa. Bem, não foi isso que aprendi nas escolas sobre as estações do ano. Não vi as árvores floridas, nem nenhum clichê primaveril ainda.
De qualquer forma, os dias já estão mais longos, não existe mais aquela sensação de acordar no escuro, e o sol já se põe quase às 7 da noite. No próximo fim de semana, acaba o horário de inverno e começa o de verão (que, nessa altura do ano, de verão mesmo só tem o nome). A diferença de fuso para o Brasil volta a ser de 4 horas, o que é sempre complicado quando ainda se tem uma relação estreita com o nosso país. Você já vai se preparando para dormir e os e-mails chegando e o telefone tocando.
Mas eu particularmente gosto do horário de verão. É um privilégio curtir o dia claro até 9 da noite. E poder ir à praia ou aos parques depois do horário comercial (se os e-mails do Brasil não ficarem insistindo em chamar para a realidade). Sem falar nas manhãs silenciosas enquanto o Brasil dorme até o meio-dia português.