Voto de confiança por um Distrito Federal melhor
Brasilienses vão às urnas neste domingo (28/10) para escolher quem vai comandar o Palácio do Buriti pelos próximos quatro anos
Lilian Tahan
atualizado
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Antes de a gente pertencer a um país dividido ao meio, vivemos em um distrito que amanhece, neste domingo (28/10), sob o manto da expectativa. As pesquisas de opinião indicam com folga a vitória de Ibaneis Rocha (MDB) sobre o candidato à reeleição Rodrigo Rollemberg (PSB). Mas isso não significa que o brasiliense está seguro do que lhe reserva o futuro próximo.
Depois de pouco mais de dois meses de campanha, está claro que a maioria dos brasilienses quer apostar na mudança. São cidadãos que depositam, com o voto, a vontade de testar uma solução diferente.
Brasília é uma cidade jovem, mas que exibe problemas de metrópoles centenárias. Não devemos em nada para grandes centros quanto à criminalidade, ineficiência do transporte coletivo, diferença de renda, ao sucateamento da saúde pública, desemprego. Quando a nossa vocação deveria, na verdade, ser exemplo e referência.
O próximo governador sabe o tamanho da bucha que vai pegar. Um DF que nasceu do traço austero dos arquitetos, mas que, agora, ostenta emaranhado urbano com toda a sorte de desmandos. Culpa do crescimento desordenado e da falta de autoridade e legitimidade dos governos que passaram pelo poder. Não tem dinheiro de sobra. Foi-se o tempo. Assim como não há área bem resolvida em qualquer das regiões administrativas.
Mas, neste domingo (28), quando os 2 milhões de brasilienses habilitados a votar forem às urnas, não vão querer saber de nada disso. Quem levar a chave do DF vai pegar o pacote completo. O discurso da ‘herança maldita’ se algum dia colou, já não cola mais. O cidadão está farto das desculpas, justificativas e promessas não cumpridas
Está na hora de o governante da capital federal e seus assessores mostrarem capacidade de fazer mais no meio da adversidade. Do contrário, será mais uma autoridade a emprestar seu rosto para a galeria de líderes medíocres que assistiram a pessoas morrerem em filas de hospitais, professores se reunirem em chão de terra batida, asfalto engolir carro, viaduto cair, ou agiram para defender seus próprios interesses. A construção do Mané Garrincha e do Centro Administrativo está aí para não nos deixar esquecer.
Chegou, portanto, o momento de a gente entrar com o voto de confiança. E o candidato vencedor que faça sua parte. Este é o acordo.