Violência contra idosos: até onde vai a crueldade?
Xingamentos, agressões, exploração. Essa é triste realidade de centenas de idosos brasilienses, que sofrem, na maioria das vezes dentro de casa com a crueldade de quem deveria cuidar e zelar pelo bem-estar deles. Levantamento do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) mostra que apenas de janeiro a maio deste ano foram registrados […]
Thaís Cieglinski
atualizado
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Xingamentos, agressões, exploração. Essa é triste realidade de centenas de idosos brasilienses, que sofrem, na maioria das vezes dentro de casa com a crueldade de quem deveria cuidar e zelar pelo bem-estar deles. Levantamento do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) mostra que apenas de janeiro a maio deste ano foram registrados 111 casos de violência contra idosos.
A maior parte deles (30,9%) é de violências financeira e psicológica (29%). Muitos se apropriam da aposentadoria ou obrigam que façam empréstimos. Também agridem os idosos verbalmente, insultando e ameaçando quem deveriam proteger. É triste imaginar que filhos e netos que eles seguraram no colo, amaram e educaram são capazes de tanta ingratidão.
Segundo o levantamento, negligência e violência física representaram, respectivamente, 17,4% e 15,4% dos registros. Ceilândia é a região administrativa com maior número de atendimentos, com 20 casos, seguida de Brasília, com 12, e de Taguatinga, com 10.
Na última quarta-feira (15/6), foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa. Parece que o Distrito Federal ainda tem muito o que aprender para dar aos mais velhos o devido respeito. Uma iniciativa que merece elogios é a Central Judicial do Idoso, um projeto pioneiro do TJDFT, do Ministério Público do DF e da Defensoria Pública. O programa atua no acolhimento aos idosos do DF que têm seus direitos ameaçados ou violados e necessitam de orientação. É uma tentativa de mudar esses números. Quem sabe em 2017, possamos comemorar a redução dessa lamentável estatística.