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Sucesso de “13 Reasons Why” comprova que precisamos falar de suicídio

O novo sucesso da Netflix aborda um tema tratado como tabu tanto pela indústria do entretenimento quanto pela imprensa

Autor Luiz Prisco

atualizado

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Netflix/Divulgação
13 reasons why
1 de 1 13 reasons why - Foto: Netflix/Divulgação

13 Reasons Why“, novo hit da Netflix, é uma das mais atuais e necessárias séries do momento. Focada no público jovem, a produção manda a real: suicídio é um problema sério e precisamos falar sobre ele.

Jogar o tema para debaixo do pano só serve para que mais vidas sejam perdidas. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. Estima-se que uma pessoa tire a própria vida a cada 40 segundos.

Os dados são alarmantes e exigem atenção e discussão da sociedade. É um problema de saúde pública. No entanto, o mundo do entretenimento (principalmente o pop) ignorou solenemente o assunto. Sempre tratado como tabu, que não pode ser debatido.

O jornalismo também atua assim. Há uma máxima: não se noticia suicídio. O erro está aqui. O suicídio precisa ser discutido e ocupar a imprensa pelo que é: uma questão de saúde, de vida ou morte.

Obviamente, não se trata de agir com irresponsabilidade, apenas promover o debate. Fazer exatamente o que “13 Reasons Why” e o livro “Os 13 Porquês” propõem. O suicídio está aí e não adianta escondê-lo. É uma das consequências de como, socialmente, tratamos mal os distúrbios comportamentais e mentais.

Há dois anos, sou paciente de um psiquiatra e enfrento as angústias da Síndrome do Pânico. Muito me custou admitir que precisava de ajuda e, até hoje, ainda preciso respirar fundo ao comentar isso com pessoas de fora do meu círculo íntimo.

Por quê? Não vejo pessoas com vergonha de uma gripe. Ao contrário, rola até uns posts nas redes com a legenda “#DeuRuim”. Não à toa, é raro ver alguém morrer por conta de um resfriado.

Porém, quando o tema é a nossa mente, falta coragem para pedir ajuda. Antigripal não causa arrepios, mas antidepressivos assustam. Regulador de humor então, faz muita gente correr. Rivotril é só para fazer piada na internet.

Todo esse preconceito com as doenças da mente (ou da alma, como prefiro) só serve para que os números de suicídio cresçam e nos assustem. Pedir ajuda é sinal de força, acreditem. Ninguém sai do fundo do poço sem uma mão, de preferência, profissional.

O entretenimento tem muita responsabilidade nisso. Ao discutir o tema, joga luz sobre um assunto relegado às sombras e, dessa forma, pode salvar muitas vidas. Por isso, assistam a “13 Reasons Why”: mesmo que você não precise de ajuda, poderá conhecer ferramentas para ajudar aos outros.

O CVV
No Brasil, um importante apoio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta auxílio emocional gratuitamente, 24 horas por dia, de forma anônima e sigilosa. Os atendimentos podem ser feitos por telefone, e-mail, Skype, chat ou pessoalmente. Em Brasília, o posto de atendimento funciona no Setor de Rádio e TV Norte, na 702, Edifício Brasília Rádio Center, Sobreloja 5. O atendimento telefônico é feito pelo número 141.

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