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“Seu corpo entra em modo sobrevivência”, relata brasileiro em Nice

Eram 21h45 desta quinta-feira (14/7), quando eu e Bruno saímos para a Promenade, em Nice, na França. Íamos ver a queima de fogos de artifício na praia, em comemoração à Queda da Bastilha. Mais um dia agradável de férias, mais um dia bonito nesta incrível cidade. Depois do espetáculo, resolvemos seguir por uma rua paralela […]

Autor Arthur Herdy

atualizado

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Nice-Paris
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Eram 21h45 desta quinta-feira (14/7), quando eu e Bruno saímos para a Promenade, em Nice, na França. Íamos ver a queima de fogos de artifício na praia, em comemoração à Queda da Bastilha. Mais um dia agradável de férias, mais um dia bonito nesta incrível cidade.

Depois do espetáculo, resolvemos seguir por uma rua paralela à principal, estreita e apinhada de gente. O clima era bem festivo. Velhinhas, crianças, adolescentes comendo McDonald’s… Esse era o cenário nas praças e avenidas.

Seguíamos nessa ruazinha e, de repente, ouvimos uma gritaria e vimos uma debandada. Parecia uma corrida de touros da Espanha. Um horror. Corri para um lado, Bruno para outro. Entrei numa loja de souvenires, depois fui para um restaurante. Quando a poeira baixou, nos reencontramos e fomos direto para casa.

Não conseguimos entender o que estava acontecendo. Todos nas ruas estavam preocupados, falavam ao celular, alguns choravam. Só descobrimos a história do caminhão ao chegar no apartamento. Ainda assim, achava mesmo que era um carro desgovernado. Não passava pela minha cabeça que pudesse ser um atentado. Não teve barulho de nada. Nem de bomba, nem de tiro.

A sensação é uma coisa surreal. Na hora, seu corpo entra em modo sobrevivência e você não pensa em nada. Só busca um abrigo, tenta escapar — sem saber direito do quê. Não imaginava que fosse viver algo assim aqui.

Entramos no apartamento, procuramos informações na internet e tentamos dormir. Depois de acordar, sinto como se tivesse sonhado com isso. Ao mesmo tempo, a sensação de alívio e gratidão por estar bem, seguro, é enorme.

Saímos há pouco para comer alguma coisa. Nas ruas, não há risadas. As pessoas estão tocando a vida nos restaurantes, nos mercados. Mas sérias, em silêncio. Resolvemos comprar comida e não sair de casa até termos mais informações. Andamos 200 metros e voltamos logo para o apartamento.

Triste e ainda perplexo, vejo que o terror é algo que não conhece fronteiras ou nacionalidades. Não distingue raça ou credo. Nice, Paris, Bruxelas, Istambul, Orlando, Bagdá… O medo se espalha e a esperança por dias melhores fica cada vez mais distante.

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