Saiu o edital da prova, e agora? Saiba como se preparar para concursos
Saiba como decifrar e conhecer as nuances do documento que pode fazer a diferença na hora da aprovação
Gabriel Granjeiro
atualizado
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Nos primeiros dias de 2018, saiu o edital do concurso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Muitos concurseiros que aguardavam ansiosamente por esse momento não sabem nem por onde começar a estudar, porque o edital veio com alterações significativas em relação ao publicado em 2010.
Com base no que aprendemos diariamente no Gran Cursos Online, com pesquisas e exaustivas leituras, cheguei aos pontos mais importantes do que é preciso saber sobre o edital de um certame.
Algumas informações que mencionarei podem parecer óbvias, mas é importante relembrá-las. Afinal, até mesmo os estudantes mais experientes, em algum momento, começam a se esquecer da importância de ler na íntegra as regras do concurso, após terem feito isso diversas vezes em seleções anteriores.Fazer uma boa e atenta leitura de todas as regras do concurso escolhido pode ser decisivo para a aprovação. Acredite: pode até parecer trivial, mas o fato é que os candidatos costumam ter dúvidas e cometem erros graves, simplesmente por não conhecerem direito as normas da seleção de que estão participando
Vamos do começo: o que, afinal de contas, é o edital?
Edital é o instrumento que define as “regras do jogo”. Contém todas as informações sobre o concurso: como e quando serão as inscrições, que conteúdo será cobrado nas provas, qual a natureza delas e como será feita a classificação dos aprovados. É o documento que traça o caminho das pedras para quem deseja conquistar a estabilidade financeira por meio do concurso público.
Trata-se de instrumento de comunicação oficial e de publicidade obrigatória. Entre a publicação do edital e a realização das provas, como sabemos, passam-se pelo menos 45 dias. Aqui no Distrito Federal, esse período é de no mínimo 90 dias.
O texto é de leitura obrigatória. É como se ele fosse a Constituição do concurso. De conteúdo extenso, às vezes bastante repetitivo e nem sempre de fácil compreensão, o edital é, de fato, a “lei” do concurso em tela. Não minimize a importância dele.
Os ingênuos e os marinheiros de primeira viagem limitam-se a prestar atenção a dados como quantitativo de vagas, remuneração, período de inscrição e data da prova. Alguns até chegam a “dar uma olhada” no que será cobrado nas provas, achando que, como sabem tudo, não precisam perder tempo com a leitura atenta desses textos tão extensos. Esse é um erro crasso.
Você precisa ler todo o edital, mais de uma vez. Todos os profissionais da área com quem conversamos ratificam o que os ex-concurseiros de quem recebemos relatos de sucesso afirmam: é preciso saber tudo e mais um pouco sobre o que rege o edital do concurso.
Atenção aos pontos-chaves
Mais do que ler, estude o edital. Risque e rabisque, assinalando os pontos-chaves. Vale até fazer um resumo para ser lido e relembrado antes de você sair para resolver a prova. Com uma leitura rápida desse pequeno texto, você pode se lembrar de uma tática que fará a diferença na conquista de preciosos pontos no dia D.
Concurso é uma guerra, e vence quem conhece bem o inimigo. O começo desse conhecimento passa por entender a fundo como ele pensa e o que quer das suas “vítimas”. E a redação de um resumo obriga o candidato a ter esse entendimento.
Então comece a ler pelo início mesmo, dando especial atenção – nesse primeiro momento – às informações sobre a remuneração do cargo, sobre os benefícios oferecidos ao servidor e seus dependentes, se houver, e sobre a lei que rege a carreira. Em seguida, aproveite para consultar essa lei específica, a fim de saber, por exemplo, como se dará a progressão e a promoção.
Esse conhecimento preliminar deve produzir em você grande motivação para começar a estudar com afinco. É comum que o candidato que lê o edital se sinta animado para conquistar a vaga o quanto antes.
O concurseiro deve examinar atentamente quais são as atribuições do cargo, para saber se terá condições de desempenhá-las bem e, por conseguinte, ser bem avaliado e progredir na carreira com mérito e louvor. Se você perceber que não tem os atributos exigidos no edital, nem o perfil para exercer bem o cargo, então trate de desenvolvê-los até a posse e a entrada em exercício.
Leia tudo!
Por fim, quem passa em concurso lê absolutamente tudo no edital. Procura descobrir logo qual é a banca examinadora, avalia como serão o regime e a jornada de trabalho, identifica os requisitos exigidos e se precisará ter habilitação para dirigir.
Ele também anota a data e o local das provas e se debruça, pelo tempo que for necessário, sobre o conteúdo programático – tópicos e subtópicos –, dando especial atenção ao peso de cada disciplina, aos critérios de desempate e ao sistema de contabilização de pontos por disciplina e por grupo de disciplinas ou provas.
O candidato busca indicações de bibliografia ou, na ausência delas, avalia se é possível, pela leitura atenta das terminologias, identificar autores a serem consultados. Vê se há como obter isenção da taxa de inscrição e compreende como deverão ser elaborados eventuais recursos. Avalia se a banca admite chute e se há possibilidade de zerar a nota de alguma prova.
Descobre qual será o provável local de lotação e se o concurso é somente para cadastro de reserva – e o que isso significa. Inteira-se sobre objetos que podem ou não ser levados no dia da prova.
Não menos importante: descobre, em seus mínimos detalhes, se o concurso terá prova discursiva e de quantas fases ou etapas será composto. Em resumo, o candidato que será aprovado sabe tudo sobre o edital e seria capaz de responder uma prova sobre ele, se fosse preciso.
Concluída a leitura atenta e criteriosa do edital, o candidato passa à elaboração do plano de estudo. É hora de verticalizar o edital. Na sequência, o concurseiro deve baixar as últimas cinco provas da mesma banca e resolvê-las, com o intuito de conhecer bem o pensamento do seu examinador: se ele é do tipo que se atém à letra da lei, do tipo que aborda mais jurisprudência ou do tipo que cobra muita doutrina.
Vamos começar?
*Gabriel Granjeiro é presidente do Gran Cursos Online