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Rollemberg espera terremoto, maremoto e tsunami até o dia 28

Governador questiona pesquisas, e Ibaneis já pensa no orçamento e nos novos aliados

Autor Hélio Doyle

atualizado

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1 de 1 debate metropoles - Foto: Igo Estrela / Metrópoles

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) diz que as pesquisas do Ibope e do Datafolha estão erradas e que ele ainda pode ser reeleito. Está cumprindo fielmente o roteiro básico sugerido pelos estrategistas de campanha aos candidatos que estão muito atrás nas sondagens de intenção de votos: desqualificar as pesquisas que o deixam mal e, se possível, apresentar outras que o deixem bem. O importante é não jogar a toalha. É preciso mostrar entusiasmo e não deixar que o desânimo atinja sua equipe e seus militantes.

As pesquisas não são infalíveis e seus números provavelmente não serão os mesmos até o dia 28. Pode acontecer, antes da eleição, um terremoto de alta magnitude, seguido de maremoto violento e tsunami com ondas de 100 metros de altura, que derrube a vantagem de 50 pontos que tem Ibaneis Rocha (MDB). Mas, se Rollemberg virar o jogo, com essa enorme desvantagem e ainda índices de 59% de rejeição no Ibope e 49% no Datafolha, os acadêmicos e profissionais terão um excelente estudo de caso para trabalhar.

Além do Ibope e do Datafolha, também o pouco conhecido Instituto de Opinião Política apontou 75% de votos válidos para Ibaneis e 25% para Rollemberg. No cômputo dos votos totais, Ibaneis tem 68% (Ibope) ou 65% (Datafolha) e Rollemberg tem 23% (Ibope) ou 22% (Datafolha). Brancos e nulos são 6% (Ibope) e 8% (Datafolha), e indecisos são apenas 3% (Ibope) e 5% (Datafolha).

Os índices de Ibaneis podem cair nos próximos dias, os de Rollemberg podem aumentar. Mas são poucos dias para que as duas linhas do gráfico se encontrem e, a não ser que eleitores de Ibaneis resolvam votar em Rollemberg, o que é pouco provável, o governador tem poucos indecisos a conquistar e poucos que votarão em branco ou anularão a convencer.

Mas Rollemberg está certo em não demonstrar que já dá a eleição como perdida e em persistir na luta. Há auxiliares seus que acreditam que o processo de desconstrução da imagem de Ibaneis, acentuado nos últimos dias, poderá dar resultado. Há os que acreditam mesmo que as pesquisas estejam totalmente erradas e que a diferença para Ibaneis seja pequena. Enfim, é a velha história de a esperança ser a última a morrer.

Já Ibaneis, embora não admita – e é isso que o mesmo roteiro básico de campanhas indica fazer –, sabe que a probabilidade de ser derrotado é mínima e já está conversando com a Câmara Legislativa para saber se pode alterar o orçamento de 2019, certamente para tentar acomodar as inúmeras promessas que está fazendo, e que implicam em gastos elevados.

Ibaneis deve estar pensando também em como fará para acomodar os múltiplos e diferentes interesses explícitos e implícitos dos políticos de 18 partidos que o estão apoiando. É óbvio que todos eles, e mais os inúmeros personagens maiores e menores da cena brasiliense que dele se aproximaram nos últimos dias, querem um pouco de “espaço do poder” – eufemismo para cargos, verbas, status ou, pelo menos, influência.

Se a diferença entre os dois candidatos fosse apertada, muitos desses que hoje posam para fotos ao lado de Ibaneis ainda estariam em cima do muro e alguns teriam aderido a Rollemberg. Mas, ao contrário do governador, eles todos estão acreditando nas pesquisas.

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