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Rollemberg aposta em ofensiva para derrubar Ibaneis

Mas, se a diferença no Ibope de hoje for grande, só um míssil nuclear muda resultado

Autor Hélio Doyle

atualizado

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Arte/Metrópoles
Ibaneis rocha, rodrigo rollemberg
1 de 1 Ibaneis rocha, rodrigo rollemberg - Foto: Arte/Metrópoles

Pouco antes de começar o debate promovido pelo Metrópoles nesta quarta-feira (17/10), a Rede Globo divulgará a primeira pesquisa do Ibope para o segundo turno no Distrito Federal. Quem está acompanhando a campanha, por meio de outras sondagens e percebendo o sentimento das ruas, acha que Ibaneis Rocha (MDB) deve chegar aos 70% das intenções de voto. Há quem diga que pode até ser mais.

Faltando 10 dias para a eleição, é quase impossível haver uma virada que leve à reeleição do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Nem é preciso que Ibaneis chegue a 70%, pois uma diferença de 20% a 25% entre ambos já torna a reversão praticamente inviável. “Quase impossível” e “praticamente inviável” são expressões cautelosas, porque eleição só se decide quando termina a apuração dos votos. Sempre cabe um “vai que…” e os últimos dias prometem aumento de tensão entre os candidatos.

Rollemberg e sua equipe acham que podem virar a eleição desconstruindo a imagem positiva que Ibaneis conseguiu criar em pouco tempo de campanha. É visível o esforço que o governador está fazendo para mostrar, nas redes sociais, nos programas de rádio e televisão, e nas suas falas, os que considera serem aspectos negativos da trajetória pessoal e profissional do adversário.

A esperança, que talvez só morra por volta das 19h do dia 28, é de que os que manifestam intenção de votar em Ibaneis mudem de ideia diante das denúncias e acusações. E que o candidato se abale com a ofensiva, demonstrando irritação, descontrole e arrogância perante as câmeras de televisão. Como, aliás, já aconteceu mais de uma vez, sendo a última ao ser entrevistado, na segunda edição do DFTV de terça-feira (16), pelo jornalista Antônio de Castro.

Nada é impossível em uma campanha eleitoral, ainda mais em uma eleição atípica repleta de novidades e peculiaridades, mas para derrubar Ibaneis a tão pouco tempo da votação será preciso muito mais do que o que tem sido mostrado. Para usar imagens comuns em campanhas eleitorais, para ganhar de Ibaneis é preciso que Rollemberg lance um míssil, um Exocet, um torpedo nuclear ou uma bomba atômica.

Mais precisamente, o governador precisa apresentar uma acusação muito forte, que abale os sentimentos profundos dos eleitores, e que esteja claramente comprovada. Algo que faça desmoronar rapidamente, como um tsunami, tudo o que Ibaneis vem construindo desde que se lançou candidato e começou a campanha com 2% das intenções de voto.

O que foi apresentado até agora, sem entrar no mérito de cada um dos pontos, é insuficiente. Ibaneis, no alto de seus números, tem feito jogadas arriscadas para quem alçou voo graças à identificação como novidade, como um candidato que não tem os defeitos e os vícios dos velhos políticos. Até agora, sem efeitos negativos para ele.

Não combinam com a imagem de novo político, por exemplo, os apoios que tem recebido de personagens de passado duvidoso e conhecidos mais pela ficha corrida suja do que pelos méritos. Não combina com a nova política, também, a enxurrada de promessas que tem feito e que, se houvesse a possibilidade de se tornarem realidade, transformariam Brasília em um paraíso.

Mas, aliados que nada têm a ver com novas práticas e métodos políticos, Ibaneis tem desde o primeiro turno, e isso não impediu sua liderança no primeiro turno. As promessas de todo tipo também vêm sendo feitas desde o início da campanha e, embora as pessoas mais sensatas desconfiem de que muitas sejam inviáveis, não atrapalham o crescimento do candidato. Ibaneis consegue superar esses possíveis pontos negativos com a força da imagem de “novo”, com capacidade para governar e dialogar.

A imagem de Rollemberg, construída por ele em quase quatro anos de mandato, é a oposta: político com práticas antigas, mau gestor e incapaz de dialogar. O governador também tem a imagem de honesto, mas esse atributo não compensa os negativos, e Ibaneis não é considerado desonesto para que se crie um contraponto.

O próprio Rollemberg, com os erros que cometeu no governo, é que levou à altíssima rejeição que agora facilita a vida de Ibaneis.

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