#PrayForTolerância! Homofobia mata no Brasil, em Orlando, no mundo
Depois do almoço de domingo, tentei cumprir o ritual. Ao fechar os olhos para tirar um cochilo, minha cabeça começou a rodar e os pensamentos a circularem em velocidade impressionante. Cheguei a imaginar que estava tendo uma crise de ansiedade. Mas não. Era um ataque de empatia. A tragédia de Orlando não me deu trégua. […]
Luiz Prisco
atualizado
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Depois do almoço de domingo, tentei cumprir o ritual. Ao fechar os olhos para tirar um cochilo, minha cabeça começou a rodar e os pensamentos a circularem em velocidade impressionante. Cheguei a imaginar que estava tendo uma crise de ansiedade. Mas não. Era um ataque de empatia. A tragédia de Orlando não me deu trégua. Dói na alma saber que gays foram brutalmente assassinados por estarem em uma festa, por serem quem são, por amarem como amam.
O assassino de Orlando, que matou 50 gays e feriu outros vários, teria, segundo declarações do próprio pai, cometido o atentado por ter se revoltado ao ver dois homens se beijando. “Como explicar aos meus filhos?”, ele se indagou. Que sociedade é essa que julga mais fácil explicar assassinatos em massa do que amor?, eu me pergunto.
Você pode até pensar: “Isso foi lá nos Estados Unidos. Jamais aconteceria aqui”. Ilusão. A cada 28 horas, um membro da comunidade LGBT é assassinado no Brasil. As principais vítimas são transexuais e travestis — os mais vulneráveis em nossa homofóbica sociedade.
“Já sei. Agora você vai falar que Bolsonaros, Malafaias e Felicianos influenciam a homofobia. Até parece. Isso é ~mimimi~ e vitimismo”, alegam os, como diz Tom Zé, juízes do Facebook. Neste mesmo espaço, debati o discurso de ódio nas redes sociais. Hoje, tive a certeza que esses “gurus” do neoconservadorismo influenciam um punhado de pessoas que não pensa duas vezes em vomitar preconceito, mesmo em meio a um tragédia.
Duvida? Dá uma olhada nesses comentários:
O atentado de Orlando mostra que ser membro da comunidade LGBT é correr risco por andar de mãos dadas, demonstrar carinho, amar. É ter que chamar o/a namorado/a de amigo/a, para não causar problema na família. É precisar escutar as expressões “sapatão”, “viado” e “traveco” usadas como xingamentos. É ser gay, mas não dar pinta. É ser lésbica, mas não precisar ser homem. É ser incompleto, caso queria viver em segurança.
Homofóbicos e machistas, vocês são minoria — mesmo que pensem o contrário. O mundo anda pra frente. O sangue das 50 mortes de hoje e os 318 que morreram no Brasil em 2015 está em suas mãos.
O discurso de ódio, portanto, mata. A homofobia mata. O machismo mata. Mas, felizmente, a tolerância salva.