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Por que precisamos de mais protagonistas femininas no cinema?

Nada contra os clássicos estrelados por homens, mas com licença, rapazes: chegou a nossa vez

Autor Clara Campoli

atualizado

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Divulgação/Warner Bros. Pictures
oito mulheres e um segredo 5 sandra bullock cate blanchett
1 de 1 oito mulheres e um segredo 5 sandra bullock cate blanchett - Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

A franquia Onze Homens e Um Segredo tem todos os elementos para rever: elenco estelar, roteiros divertidos, trilha glamourosa e performances fenomenais. Mas a série, remake de um filme de 1960 estrelado por Frank Sinatra, não faz qualquer justiça às suas personagens femininas. A única mulher presente no longa de 2001, por exemplo, é Tess (Julia Roberts), ex-namorada do protagonista.

Por mais que a ruiva seja reverenciada pelos vários homens à sua volta, é tratada como objeto em toda a produção. A motivação de Danny Ocean (George Clooney) gira em torno de não só reconquistá-la, mas de falir o homem com quem ela se relaciona. Depois de executar o golpe, o sedutor assaltante é preso por alguns meses. Seu amigo Rusty (Brad Pitt) vai buscá-lo na prisão e informa: “Seus pertences estão no carro”. No banco de trás, apenas Tess.

É claro, em 17 anos os tempos mudaram – ainda bem! Mesmo assim, não deveria causar espanto algum que Oito Mulheres e um Segredo, renovação da franquia Ocean, esteja na liderança das bilheterias brasileiras. No fim de semana de estreia, o longa arrecadou R$ 6,5 milhões, levando 354 mil pessoas ao cinema em todo país.

Há quem diga que Oito Mulheres falhe justamente em seu feminismo. De fato, é sofrível ver um filme com um elenco majoritariamente de mulheres sob a direção de um homem. Mas a mensagem neste longa é: o empoderamento muda a vida de mulheres. No caso, “poder” significa dinheiro: as ladras, com seus milhões, conseguem realizar sonhos e projetos. Ironicamente, a atriz Daphne Kluger (Anne Hathaway) torna-se uma diretora de cinema depois de ganhar a bolada.

Outros dois filmes recentes que refrescaram seus elencos com novas personagens femininas foram Ghostbusters (2016) e Mad Max: Estrada da Fúria (2015). Neste último, o diretor George Miller teve a coragem de não só fazer uma história sobre mulheres, mas substituiu Mad Rockatansky (Tom Hardy) por Imperator Furiosa (Charlize Theron) no papel de protagonista do filme.

No caso de Ghostbusters, o reboot inverteu os gêneros nos papeis – as Caça-Fantasmas são mulheres, o secretário sonso é homem. Nos filmes originais, a mocinha Dana Barrett (Sigourney Weaver) serve para duas coisas: ser possuída por fantasmas e ser salva pelos amigos. Com quatro protagonistas fortes, o novo filme não é simplesmente uma troca de personagens, mas a conquista, por parte das atrizes e personagens da franquia, do controle sobre o próprio corpo. Qualquer representação que fuja dessas mudanças é retrocesso.

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No novo Oito Mulheres e um Segredo, o elenco majoritariamente feminino faz toda diferença no tom do filme
Sigourney Weaver vive Dana, a mocinha de Ghostbusters que não tem direito sequer ao próprio corpo
As Caça-Fantasmas tomaram a liderança no reboot da franquia
Em Mad Max: A Estrada da Fúria, não bastou fazer da luta feminista o mote do filme...
... como o lugar de protagonista saiu das mãos de Max Rockatansky e foi para Imperator Furiosa (Charlize Theron)
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Em Onze Homens e um Segredo, Tess (Julia Roberts) é a única mulher em cena

Warner Bros/Divulgação
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No novo Oito Mulheres e um Segredo, o elenco majoritariamente feminino faz toda diferença no tom do filme

Warner Bros/Divulgação
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Sigourney Weaver vive Dana, a mocinha de Ghostbusters que não tem direito sequer ao próprio corpo

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As Caça-Fantasmas tomaram a liderança no reboot da franquia

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Em Mad Max: A Estrada da Fúria, não bastou fazer da luta feminista o mote do filme...

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... como o lugar de protagonista saiu das mãos de Max Rockatansky e foi para Imperator Furiosa (Charlize Theron)

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Clara Campoli é jornalista de Entretenimento e Gastronomia do Metrópoles

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