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Os benefícios da cirurgia robótica no tratamento de câncer de próstata

A capital federal é, agora, a primeira cidade da região Centro-Oeste a oferecer esse tipo de tratamento

Autor Fernando Leão

atualizado

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Robotic surgery.
1 de 1 Robotic surgery. - Foto: istock

Até o final deste ano, o câncer de próstata deve atingir 68 mil brasileiros. Uma média de 800 casos devem ser registrados em Brasília. O segundo tipo de câncer mais comum entre os homens pode levar 13 mil pacientes a óbito. Apesar das estimativas do Inca acenderem um alerta vermelho, principalmente naqueles acima dos 50 anos, o tratamento do câncer de próstata tem ganhado novos aliados em todo o mundo – os robôs americanos chamados Da Vinci.

O Brasil lidera o ranking latino americano dos países que oferecem a cirurgia robótica em pacientes diagnosticados com câncer de próstata. Já são 39 robôs nos principais hospitais do país enquanto que, nos países vizinhos, como Argentina e Venezuela, os números não ultrapassam a casa decimal.

O mais recente Da Vinci desembarcou em Brasília e estará pronto para funcionar no começo deste mês de maio. A capital federal é, agora, a primeira cidade da região Centro-Oeste a oferecer esse tipo de tratamento, dotado de inúmeras vantagens.

Os microinstrumentos robóticos são uma extensão dos olhos e das mãos do cirurgião. A técnica robótica, por ser minimamente invasiva, diminui a manipulação excessiva de estruturas e de tecidos, reduz a perda de sangue (o que descarta a necessidade de transfusão sanguínea), a dor no pós-operatório e os riscos de infecção, o que torna a cirurgia mais segura e confortável.

Ao contrário dos procedimentos convencionais que podem representar um trauma significativo para o paciente, como a cirurgia aberta, a robótica se torna mais vantajosa porque o cirurgião conduz os movimentos do Da Vinci por meio de um console com pinças de rotação até 360 graus e imagens tridimensionais de alta definição.

Na prática, o paciente diagnosticado com câncer de próstata que optar pela cirurgia robótica vai perceber o quanto o procedimento é minimamente invasivo. Com um pós-operatório diferenciado, o retorno para casa ocorre em até 48h com um desconforto mínimo.

Os riscos dos efeitos colaterais (incontinência urinária e disfunção erétil) são menores do que em uma cirurgia convencional. Mas é claro que esses números estão diretamente ligados aos cuidados que o cirurgião tem durante o procedimento e à sua experiência com a tecnologia.

Outro ponto importante é que os pacientes de Brasília não precisarão mais se deslocar até outros grandes centros para realizar o procedimento e permanecerem lá para acompanhamento pós-cirúrgico, tudo isso será realizado aqui mesmo. São os componentes que faltavam para encorajar os pacientes na escolha do procedimento robótico para tratar não só o câncer de próstata, mas tumores de outros órgãos e doenças benignas em geral.

(*) Urologista e cirurgião robótico

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