O que o DF espera do Brics
“O Brics organiza, habitualmente, grande diversidade de eventos nas mais diversas áreas. O DF tem aproveitado essa agenda intensa”
Ibaneis Rocha
atualizado
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Pela segunda vez, Brasília recebe os chefes de Estado e de governo de Rússia, Índia, China e África do Sul para a 11ª Cúpula dos Brics, um dos mais eficientes mecanismos multilaterais de cooperação em áreas com potencial de gerar resultados concretos aos brasileiros e aos povos dos demais países-membros. Para a população e o Governo do Distrito Federal (GDF), é motivo de grande alegria receber os dignos dirigentes, bem como as suas respectivas delegações.
O Distrito Federal, às vésperas de completar 60 anos de fundação, vive agora uma etapa de renovação e dinamismo que, estou convencido, proporcionará aos ilustres visitantes experiências memoráveis e dias de trabalho proveitosos, num ambiente de paz e de segurança.
No aspecto da renovação, o impulso que se observa no DF é de natureza similar ao que se busca no âmbito nacional. O Brasil que os recebe hoje é um país que refaz suas estruturas, que busca reencontrar o caminho, há tanto tempo perdido, do crescimento sólido e sustentável.
Passaram-se quase seis décadas da inauguração, mas a nossa paisagem ainda impressiona pela modernidade. No DF, contamos com a maior renda média mensal do país, a menor taxa de analfabetismo (2,5%). Em rankings que pretendemos melhorar, temos a sexta melhor taxa de mortalidade infantil e o terceiro mais eficaz índice de segurança pública.
Hoje, somos uma metrópole, englobando unidades administrativas como Ceilândia, com quase 500 mil habitantes, enquanto o tão conhecido Plano Piloto já supera os 220 mil moradores. São números que se agigantaram. Somados os municípios do Entorno, que têm a vida interligada a nós, social e economicamente, já somos cerca de 5 milhões de habitantes, formando a terceira maior conurbação do Brasil.
Formamos, no Brics, um bloco político ou uma aliança formal de comércio, mas temos tido sucesso em estabelecer entendimentos múltiplos e variados nas áreas do comércio e da cooperação, em benefício de nossas economias e nossas sociedades.
Temos buscado, sempre que possível, falar com voz comum, em entidades como as Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio, o que nos proporciona as claras vantagens de fortalecer nossa aliança e de democratizar a governança internacional.
São relevantes os entendimentos que já alcançamos em áreas tais como a da ciência e tecnologia, cultura, governança e segurança da Internet, Previdência social, propriedade intelectual, saúde, turismo, entre outras.
Registro com alegria a instalação de um escritório de representação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) no Distrito Federal. Criado na Cúpula de 2014, realizada em Fortaleza, o NBD vai nos beneficiar e aos demais estados da Região Centro-Oeste por intermédio do financiamento de projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável.
Crescimento econômico para um futuro inovador é a temática do presente encontro. Juntos, os cinco países chegarão a novos entendimentos e acordos, fortalecendo nossa cooperação em ciência, tecnologia e economia digital. Vamos também encontrar novas formas de combater ilícitos transnacionais, principalmente o crime organizado, a lavagem de dinheiro e o tráfico de entorpecentes.
O Brics organiza, habitualmente, grande diversidade de eventos nas mais diversas áreas. O Distrito Federal tem aproveitado essa agenda intensa e participado de ações conjuntas do bloco. Recentemente, o GDF promoveu um seminário para buscar cooperação técnica com o NDB.
A vinda de empresários, investidores e representações governamentais dos cinco países desperta o interesse do GDF para parcerias nas áreas de transporte sustentável e comércio. O governo tem buscado financiamento e alternativas de projetos nas áreas de energia e mobilidade, bem como novas parcerias público-privadas (PPPs).
Por tudo isso, desejo a todos uma feliz e proveitosa passagem por Brasília.
Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal