O que era questão de tempo, chegou: publicidade em internet supera TV
Marcas concentram investimentos em mídia onde o consumidor está. E cada vez mais as pessoas estão na internet
LEO RENATO
atualizado
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Com o aumento do uso da internet, principalmente por meio de celulare, e aquela velha história de que as marcas têm de estar onde as pessoas estão, a publicidade digital ganhou e vem ganhando mercado. Muitas marcas que antes faziam todo o investimento em mídia offline, hoje voltam os olhos também para a mídia online.
Os hábitos de consumo de conteúdo vêm mudando. E o mercado parece ter entendido isso. Em todo o mundo, este foi o primeiro ano em que os investimentos em compra de mídia digital superaram os de TV.
De acordo com um estudo da Magna (.pdf), do grupo de compra de mídia IPG Mediabrands, os investimentos globais em publicidade digital durante 2017 já chegaram a R$ 208 bilhões. A previsão é que em 2022 o investimento nesta modalidade seja quase o dobro do
usado para a compra de mídia na TV tradicional.
A democratização da internet faz com que mais pessoas estejam na rede e, com isso, as marcas vão atrás. Claro: marcas gostam de pessoas e pessoas gostam de marcas.
E o que era questão de tempo acontecer, chegou: o investimento dos anunciantes em mídia de internet ultrapassou o investimento na TV tradicional.
Em relação à audiência, ter a primeira posição no Google para uma palavra-chave com um volume grande de buscas ainda não é como aparecer nos intervalos dos programas de grande público das TVs e rádios, por exemplo.
Mas isso não está muito distante de acontecer. E com uma diferença: quem estará sendo impactado demonstrou algum interesse no produto ou serviço. Ou seja, a quantidade aliada à qualidade.
A inteligência proporcionada pelos dados da publicidade digital é o grande diferencial, já que você tem a possibilidade de escolher para quem mostrar o seu anúncio. Ao contrário, a TV dá uma noção muito ampla de público, sem conseguir ser muito segmentada a ponto de atingir, por exemplo, uma audiência muito específica, como pessoas que estão noivas, de 20 a 30 anos e que moram em Brasília.
O ponto é: um microempreendedor, antes dessa democratização que a internet proporcionou, jamais conseguiria fazer uma divulgação tão assertiva e para um público tão segmentado a não ser fazendo um investimento altíssimo em meios offline, como TV e rádio.
Na web, você consegue mostrar seu anúncio apenas para aquelas pessoas que têm interesse no produto. Um anúncio patrocinado de uma loja de roupas, por exemplo, só vai aparecer para quem estiver pesquisando por roupas, no caso da publicidade de pesquisa.
Você sabe muito mais do comportamento do seu público, porque na internet dificilmente você faz alguma coisa e não deixa rastros. Dessa maneira, a divulgação do produto ou serviço se torna muito mais assertiva e os custos, muitas vezes, diminuem consideravelmente.
Para mim, o fato de o gestor ter acesso a um maior número de dados faz com que a mensuração dos resultados, desde que com as métricas corretas, fique mais eficiente. Fora as possibilidades que essa publicidade digital proporciona. Um pequeno empreendedor, por exemplo, tem a chance de estar no mesmo ambiente de uma grande marca.
Um problema que pode atrapalhar é que, como tudo é colaborativo, ou seja, todo mundo produz todo tipo de conteúdo, alguns ruídos de comunicação e as já famosas fake news podem surgir. Por isso, por outro lado, a publicidade tradicional ainda é mais confiável.
Talvez o preço da publicidade digital sofra um aumento, já que o espaço está cada vez mais concorrido. Mas o fato é que onde as pessoas estão é onde as marcas devem anunciar.