Mercado de eventos paulista tem expectativa de grande retomada em 2023
De olho no aquecimento no próximo ano, prefeitura de São Paulo quer criar Descomplica Eventos
Gustavo Pires
atualizado
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O calendário de eventos da cidade de São Paulo é uma das primeiras boas notícias de 2023. Depois de 2020 e 2021 sob Covid e 2022 na transição, o novo período promete ser um dos melhores da história. Faltará ano para tantos encontros relevantes. Como resultado, o impacto turístico será positivamente inédito.
A primeira prévia, fechada na última semana de novembro, reúne pelo menos 350 eventos com potencial de atração de “não moradores” – ou seja, pela ordem, os residentes na grande São Paulo, litoral e interior, outros estados e exterior.
Na estratificação, 60% dos eventos são comerciais – o que é natural pelo perfil da cidade e mercado consumidor. Mas chamou a atenção a participação dos musicais: 27%, ou mais de 90 shows e festivais de nomes famosos já confirmados.
Principal destino de eventos da América do Sul, a capital paulista funciona como indutora, geradora de fluxo e ativação. Aliado a isso e mais importante, turismo e eventos são atividades de mão de obra intensiva. A reverberação do calendário recheado é a manutenção e criação dos empregos que tanto precisamos.
População flutuante
Com 12,3 milhões de moradores, São Paulo recebe pelo menos o dobro de turistas e visitantes anualmente.
Se é difícil administrar uma cidade com tanta gente, cuja conurbação metropolitana amplia para 22 milhões, é fundamental haver uma estratégia, um olhar, que considere a “população flutuante” que vem de fora. Começar pela gestão profissional do calendário de eventos é o caminho natural, já que parte de uma delimitação: datas de início e término, perfil e quantidade de público.
Conceitualmente, “população flutuante” é um grupo de pessoas, com ou sem características em comum, que viaja e permanece por curtos períodos em um destino. É a própria definição de quem visita a São Paulo.
Movimentação financeira
Na cidade, usufruem da infraestrutura pública e privada. Em troca, deixam bilhões de reais, democraticamente distribuídos nas mais diversas frentes de consumo: hotéis, bares e restaurantes, comércio em geral, museus, casas de espetáculo, transportes e shows.
Esse dinheiro — gerado fora e gasto na cidade — se transforma em negócios lucrativos e em impostos que serão aplicados nas políticas públicas. É praticamente uma transferência interurbana de renda em favor de São Paulo. Apenas o imposto sobre serviços (ISS) das atividades de turismo deverá ultrapassar pela primeira vez os R$ 400 milhões no ano que vem.
Descomplica Eventos
Reconhecendo a importância desse mercado, a cidade dá os primeiros passos para a criação do Descomplica Eventos. Uma forma de tornar mais céleres – mas nem por isso menos rigorosas – as aprovações e autorizações. O verbo diz tudo: descomplicar.
Uma olhada mais atenta ao calendário de 2023 ajuda a ilustrar a importância de haver uma gestão mais adequada desse “ativo econômico”, o potencial a ser exercido e seu impacto na atração de turistas e visitantes.
Calendário
Na segunda quinzena de março, por exemplo, a cidade terá, até o momento, dois grandes eventos internacionais de música, uma prova inédita de automobilismo em circuito de rua, mais de uma dezena de feiras com temas tão variados quanto indústria de plástico, proteína animal, cosméticos capilares, construção civil, pesca, automação comercial e pelo menos três congressos médicos.
racionaisEventos cujos participantes são contados aos milhares – alguns em dezenas de milhares. Mais: para públicos distintos, o que mantém a atratividade da cidade em alta e constante renovação.
Ao olhar com mais atenção para esta realidade, a prefeitura de São Paulo, sem qualquer favor ou tratamento privilegiado, cria as condições propícias para o desenvolvimento do setor. Exemplo de ação de governo que cria valor.
- Gustavo Pires, presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), empresa municipal de eventos e turismo