Marcius Melhem mente, usa subterfúgios e tenta derrubar matérias que o expõem
Em busca de provar inocência em processo por assédio sexual, Marcius Melhem prefere atacar jornalistas a focar em argumentos consistentes
Lílian Tahan
atualizado
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Marcius Melhem é o tipo de sujeito que me causa repulsa.
Não digo isso motivada pelos processos a que ele responde por assédio sexual. Este caso é tema para a Justiça.
Não cabe a mim julgá-lo e condená-lo por antecipação. Ele é réu desde 8 de agosto de 2023.
Grande parte do meu incômodo por este personagem vem da interlocução que ele estabelece com a imprensa.
Valendo-se de mentiras e de ataques a profissionais, ele tenta convencer o público e jornalistas sobre sua inocência.
Marcius se autointitula vítima em uma história na qual é acusado por várias mulheres de manter um comportamento criminoso.
Apesar de todo seu esforço retórico, o processo que pesa contra Marcius avança, a partir de depoimentos contundentes de mulheres que se sentiram vítimas dele.
Elas dão detalhes de situações muito embaraçosas que agora serão objeto de investigação do Ministério Público.
Em vez de apresentar argumentos e provas contra as acusações que sofre, prefere desqualificar o mensageiro das notícias e os meios pelos quais as informações são veiculadas.
Nessa quarta (20/3), insurgiu-se contra o colunista Guilherme Amado, um dos jornalistas mais qualificados e reconhecidos deste país. Diferentemente de Marcius, a reputação de Amado é ilibada.
Do alto de sua estatura moral, Amado seguirá produzindo conteúdo jornalístico de ponta. E cumprindo com os protocolos da função, que é ouvir o contraditório.
Quem quer se defender de verdade, não busca subterfúgios, não tenta derrubar matérias, não mente. Usa do espaço franqueado ao outro lado para apontar seus pontos de defesa.
Qualquer coisa diferente disso é má-fé.
Marcius, quem sabe um dia, consiga se livrar dos processos que o enrolam até a ponta dos cabelos. Mas dificilmente deixará uma boa impressão em seus interlocutores. É um mau-caráter.