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Mais amor, por favor. Chega de discurso de ódio nas redes sociais

É preciso buscar soluções sociais e tecnológicas que ajudem a combater a disseminação dos discursos de ódio. Acordos com empresas de tecnologia, como os feitos na Europa, por exemplo, podem ajudar a combater o discurso de ódio em suas plataformas

Autor Luiz Prisco

atualizado

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Basta uma foto do ator transexual Thammy Miranda aparecer que uma chuva de comentários transfóbicos são postados. Recentemente, a atual miss São Paulo, Sabrina Paiva, foi vítima de racismo na internet. Além dos nomes famosos, milhões de negros, gays, lésbicas, obesos, mulheres e homens (cis e transexuais) são vítimas diárias de discursos de ódio nas redes sociais.

O recente caso do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro expôs o quão cruel as redes podem ser. O vídeo, no qual a jovem aparece nua, viralizou, foi visto por milhares de usuários e, apenas horas depois de sua veiculação, é que o Twitter tirou do ar o conteúdo. Porém, o estrago estava feito.

As redes sociais são, atualmente, as principais fontes de informações no Brasil. Segundo dados da consultoria digital comScore, os brasileiros passam impressionantes 650 horas por mês nas redes sociais.

Deixar que nesses espaços, tão centrais na vida dos brasileiros, conteúdos que incitam ao ódio circulem livremente é preocupante e em nada ajudam na mudança de cenários assustadores no país — que ostenta marcas negativas, como:

– A morte de um LGBT a cada 28 horas
– Um estupro a cada 11 minutos
– Negros são mais de 70% das vítimas de assassinatos do Brasil

É preciso buscar soluções sociais e tecnológicas que ajudem a combater a disseminação dos discursos de ódio. Facebook, Microsoft, Google e Twitter – quatro gigantes da tecnologia – assinaram, por exemplo, um acordo com os países da União Europeia, no qual prometem combater o discurso de ódio em suas plataformas. Em menos de 24 horas, as publicações serão analisadas e, se for preciso, removidas.

No Brasil, durante a gestão Dilma Rousseff, foi criado o Humaniza Redes, um movimento com o objetivo de disseminar conteúdos e combater violações aos direitos humanos nas redes. Os perfis do projeto no Facebook e no Twitter, no entanto, foram retirados do ar no começo do governo interino de Michel Temer. A proposta não é partidarizar a questão, mas lembrar que essas iniciativas são importantes para diminuir a quantidade de ofensas que circulam nas mídias sociais.

Além de criar conteúdos de tolerância, é preciso pressionar as empresas, como fez a Europa, para que revejam suas políticas. Quem já passou pela experiência de denunciar uma página de cunho agressivo sabe a dificuldade em conseguir tirar do ar os conteúdos ofensivos. Enquanto isso, imagens de amamentação garantem o banimento de usuárias. Uma incoerência sem tamanho.

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